Descobertos mistérios de pirâmide maia

© AFP 2023 / PEDRO PARDOUm homem vestindo hábito maia passa na frente da pirâmide Kukulcan, no parque arqueológico Chichen Itzá, em 20 de dezembro de 2012
Um homem vestindo hábito maia passa na frente da pirâmide Kukulcan, no parque arqueológico Chichen Itzá, em 20 de dezembro de 2012 - Sputnik Brasil
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Na antiga cidade maia de Palenque, no sul do México, os arqueólogos descobriram um sistema hidráulico sob a tumba do rei Pakal, o que veio mudar tudo o que se sabia até agora sobre este local, informou o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).

A descoberta foi resultado de escavações nas fundações do Templo das Inscrições, no qual se encontra a sepultura de K'nich Janaab, conhecido como Rei Pakal, uma dos poucas criptas em pirâmides pirâmide pré-hispânicas na América, construções que tinham mais fins cerimoniais e políticos do que funerários.

​Pela câmara funerária do governante passa um sistema de canais no subsolo do templo, disse em conferência o arqueólogo Filipe González, diretor do projeto. Esta é uma descoberta que muda completamente a teoria original sobre a construção da emblemática pirâmide da cidade, abandonada antes do ano 900 a.C.

A rede completa de canais, construída no século VII a.C., "está disposta em níveis e orientações diferentes e deveria ter sido desenhada muito antes da pirâmide ter sido projetada", disse o arqueólogo que dirige o projeto, no artigo, publicado no site do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).

Por sua proximidade com a câmara funerária, a 1,70 metros abaixo do nível da sua parede norte, "o complexo sistema hidráulico de canais, possivelmente reproduzia de forma simbólica a nascente e o caminho que levava Pakal para as águas do mundo subterrâneo".

A nova interpretação

Uma nova peculiaridade dessa pirâmide é que agora se sabe que o sistema hidráulico "foi o ponto de partida a partir do qual se erigiu a pirâmide e cujo objetivo era associar Pakal II, o grande senhor de Palenque, com estes aquíferos".

Palenque não é o nome maia original da cidade abandonada no século VIII, mas sim Bàak', no que agora é o sul do estado de Chiapas, próximo da bacia do rio Usumacinta, que desagua no Golfo do México.

​Ela é uma das mais fascinantes cidades antigas, fundada no século I, pelas ricos templos e estelas (objectos em pedra monolíticos nos quais eram efectuadas esculturas em relevo), considerada pelos historiadores como uma das cidades-Estados da cultura Maia mais desenvolvidas, apesar de que existem outras maiores, como Chichen Itza, Coba ou Tikal, e a recém-explorada Calakmul.

​O templo onde se encontra o deslumbrante túmulo de Pakal, em uma região de selva úmida, é uma pirâmide de degraus, quase vertical, com três placas de pedra decorada com inscrições em hieróglifos sobre a história da dinastia iniciada por o Grande Pakal.

A cripta funerária de Pakal IV, que começou a governar no ano 799 (século VIII), e o sarcófago estão decorados com baixos-relevos que mostram a morte de Pakal e sua descida ao mundo subterrâneo, de acordo com o relato em hieróglifos decifrado.

Em troca, a posterior cidade espanhola colonial de Santo Domingo de Palenque foi fundada nas proximidades da zona arqueológica por volta do século XVII, tendo em 1773 sido registrados os primeiros indícios de uma antiga cidade maia.

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