O líder religioso diz que a criança foi enviada para ele como presente. No entanto, a menina resgatada tem uma opinião diferente, ao dizer: "Tenho medo deste homem."
"A menina foi-me dada como um presente e nos casamos para que eu pudesse educá-la," disse Karim à Rádio Free Europe. "Depois que os pais deram a sua filha para mim, eles disseram 'você pode levá-la para onde quiser'".
Karim afirmou que o casamento foi realizado durante o mês sagrado do Ramadã na presença de 30 a 40 pessoas.
No entanto, os pais contam outra história — eles dizem que estão em choque, acrescentando que a criança foi sequestrada da província de Herat ocidental.
Mohammad Zeman Azami, comandante adjunto da polícia de Ghor informou o seguinte: "Este homem disse que seu casamento com esta menina foi aprovado por sua mãe e seu pai. Nós falámos com os pais e eles negam ter comparecido no casamento. No telefone, os pais disseram-me que sua filha foi sequestrada."
Os pais da menina já foram para levá-la de volta de um abrigo de mulheres em Ghor, onde ela tem estado desde então, disseram os funcionários do governo à AFP.
"Esta menina não fala, ela repete apenas uma coisa: 'Tenho medo deste homem", disse Masoom Anwari, chefe do departamento de assuntos das mulheres em Ghor.
O Código Civil afegão declara que a idade legal do casamento é de 16 anos para as mulheres e 18 anos para os homens. No entanto, os pais podem dar o seu consentimento para o casamento a partir dos 15 anos.
As famílias pobres consideram as filhas " um fardo econômico, por isso as tentam casar rapidamente para reduzir o dano financeiro", diz o relatório da UNICEF.