Passos largos e os olhos vidrados no celular. A imagem não é exatamente novidade desde que o jogo Pokémon Go foi lançado e conquistou de imediato fãs em todo o mundo. Em Portugal, desde há cerca de três semanas, não é diferente. Prova disso foi que a 1ª Caminhada Pokémon Go realizada nesta sexta-feira no Parque das Nações, zona oeste de Lisboa, reuniu cerca de 500 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, fãs de Pokémon e os mais novos adeptos do game do momento.
O evento foi organizado pelas redes sociais, onde os usuários do aplicativo já se uniram em comunidades virtuais nas quais trocam impressões e experiências sobre o jogo. Na chegada, os participantes eram convidados a realizar um credenciamento para participar do sorteio de brindes, como pôsteres e equipamentos eletrônicos oferecidos pelos patrocinadores da caminhada.
Um dos organizadores, Jamil Heneni, contou à Sputnik que inicialmente o evento foi programado para reunir um grupo pequeno de jogadores, mas o sucesso do aplicativo fez com que mais de mil pessoas se interessassem pela caminhada no evento criado na internet.
"Essencialmente o jogo une pessoas, não só os verdadeiros fãs de Pokémon. E faz essas mesmas pessoas saírem de casa e juntarem-se, a passear, muitas vezes durante horas a fio. Não é só fascinante pelo seu fator social, mas também por promover um estilo de vida mais saudável e não sedentário, o que é exatamente o handicap de qualquer outro videojogo, seja ele de consola ou computador", diz Jamil.
"Ao invés de parecer um louco andando sozinho com os olhos no telefone agora somos muitos loucos andando juntos com os olhos no telefone", disse um dos participantes sem tirar os olhos do celular. Assim como ele, os demais fizeram o trajeto entre a Estação Oriente e o Oceanário de Lisboa sem nem olhar para os lados. O objetivo era claro: caçar a maior quantidade possível de Pokémons e participar das batalhas.
"Eu gostei muito e com certeza formar grupos para batalhar e trocar experiências no jogo é muito divertido", contou Rodrigo Oliveira. Ele justifica que participou da caminhada porque era uma oportunidade de interagir, partilhar interesses, celebrar juntos a diversão do jogo, competir pelos prêmios e conhecer as pessoas que também jogam. "Tudo isso é muito importante, pois há quem pense que os games afastem as pessoas e as distanciem das coisas do mundo real. Eventos assim mostram exatamente o contrário. Que os games podem sim nos fazer andar pela cidade, conhecer pessoas, estar mais próximos delas", comenta.
Rodrigo explicou que a primeira sensação que teve ao jogar o Pokémon Go foi de se sentir próximo da realidade de algo criado há 20 anos. Para ele, o game recém lançado "era algo completamente inesperado e que de certa forma emociona". Apesar da avaliação positiva, Rodrigo também têm algumas considerações a fazer. "É necessário melhorar a estabilidade dos servidores pois o app não é estável: ele congela em determinadas situações. A interface é simples, mas fica sempre a sensação de que o app é pesado ou que vai congelar em algum momento", comenta.
Outra jogadora, Monica Franco, disse à Sputnik que não estava à espera de um evento tão bem pensado só sobre o Pokémon Go. "Foi definitivamente divertido", diz, completando que ficou "impressionada com as atividades". "Foi uma ótima experiência ver pessoas de vários pontos de Portugal, de diversas idades, todas juntas numa só comunidade que cresceu e adora o mundo Pokémon", conta.
"Conheci pessoal, novo pude conquistar ginásios e ainda ganhar um pôster! Foi realmente brutal", comemora Irina Mishyu, que também participou da caça coletiva. Ela conta que, apesar dos problemas que ainda enfrenta com o servidor do game, se tornou uma jogadora voraz nas últimas semanas. "Tem sido uma ótima maneira de conviver e descobrir mais da zona onde vivo, por isso tem sido uma experiência realmente fenomenal", explica.
A 1ª Caminhada Pokemon Go foi, na opinião de participantes e organizadores, um sucesso. E por isso a segunda edição já está marcada. Será no início de agosto no Parque de Lazer ao lado do Fórum Algarve, em Lisboa. A ideia, segundo os promotores, é organizar a partir de agora pelo menos um encontro desses por mês.