Aleppo é a segunda maior cidade da Síria e tem sido devastada pelo conflito em curso, informou o jornal russo Vzglyad.
O helicóptero seguia em direção à base aérea de Hmeymim depois de cumprida sua missão em Aleppo quando foi abatido, causando a morte das cinco pessoas que seguiam a bordo. A missão fazia parte da campanha em curso que visa prestar apoio aos habitantes da cidade. Durante as últimas 24 horas, 6.500 sacos de comida, incluindo farinha, arroz, carne e peixe enlatados foram entregues na região, informou na segunda-feira o centro russo para a reconciliação síria.
Os containers lançadores podem ser vistos em algumas imagens supostamente tiradas no local da queda do Mi-8. O helicóptero precisava destes equipamentos para se defender e não para lançar ofensivas. Um piloto da Força Aérea, que preferiu manter o anonimato, comunicou à agência RBC que os tripulantes de helicópteros que cumprem tais missões em áreas de conflito usam sempre estas armas.
"O fato de eles realizarem uma missão humanitária não significa que eles não se possam defender", informou a fonte.
As informações da mídia também indicam que o helicóptero abatido estava equipado com o sistema eletrônico Vitebsk.
O sistema Vitebsk, desenvolvido pelo Consórcio Tecnologias Radioeletrônicas (KRET) é destinado a proteger dos mísseis uma aeronave ou helicóptero. Segundo informaram os desenvolvedores em setembro de 2015, o sistema passou por todos os testes necessários.
Contudo, Vitebsk não oferece uma proteção absoluta, disse à RBC o analista Vasily Kashin. "Mesmo que [os atacantes] usem um sistema portátil com mísseis anti-aéreos, contra o qual o Vitebsk poderia se proteger, um míssil pode acertar no alvo", disse.
A tragédia do helicóptero Mi-8 ocorreu na província vizinha de Idlib que tem sido controlada pela coalizão Jaish al-Fatah [Exército de Conquista], que inclui Frente al-Nusra, Ahrar al-Sham e outros rebeldes sírios que estão combatendo para derrubar o presidente Bashar Assad e estabelecer um califado.
A Rússia lançou a operação humanitária em Aleppo no dia 28 de julho. Três corredores humanitários foram abertos na cidade cercada pelas forças de Damasco, mas ocupada pelos grupos radicais. Moscou prometeu fornecer comida e providenciar assistência médica aos residentes locais. Cerca de 14 toneladas de cargas humanitárias foram fornecidas nos primeiros três dias da operação.