A cidade iraquiana de Sinjar e seus arredores, povoados principalmente por curdos, foram ocupados por militantes do Daesh em 3 de agosto de 2014. Mais de 400 mil habitantes da cidade foram forçados a fugir para as montanhas de Sinjar.
Milhares de mulheres e crianças yazidis foram capturadas e centenas foram mortas por terroristas. A ONU e o governo iraquiano classificaram a tragédia como genocídio contra os yazidis.
No momento, 2.640 yazidis foram libertados. Muitos deles estão acolhidos na cidade de Derik, na região de Rozhava no norte da Síria. O campo foi construído com o apoio do partido sírio curdo União Democrata.
O repórter da Sputnik visitou o campo de Derik e conversou com os que tiveram sorte em sobreviver:
A yazidi Rosa Mohammed confessa à Sputnik que os yazidis, que somente arrastam suas vidas, agora estão também mortos por dentro:
"Nós vivemos como os mortos. Porque todos os membros da nossa família estão espalhados em diferentes lugares. Uns no Iraque, uns foram forçados a fugir para a Europa ou outros países".
Rose disse que ela não pensa em voltar para Sinjar porque muitas tropas do Daesh ainda permanecem na região.
Outra yazidi, Lina Rehime, chamou os massacres em Sinjar de uma grande tragédia. Com lágrimas nos olhos, ela contou sua história:
"Quando fugimos, minha filha morreu das balas de terroristas do Daesh. Chegámos a este acampamento com grande dificuldade. Muitas vezes choramos, porque não podemos esquecer as matanças de Sinjar".
Jasim Venn, um ex-habitante de Sinjar:
"Eu, minha esposa e 10 filhos chegámos ao campo de refugiados em 8 de agosto de 2014. Deixei minha família aqui e voltei para lutar contra o Daesh em Sinjar. Queremos voltar para nosso povoado o mais rapidamente possível. Não voltaremos para a cidade, porque ela ficou arruinada. <…> Também há um problema de gerência na cidade. Há muitas forças militares diferentes, elas não podem concordar suas ações. Esta questão terá um impacto inevitável em nosso retorno para a cidade".