Dois anos após o genocídio de Sinjar: as histórias de yazidis sobreviventes

© AP Photo / Seivan M.SalimMulheres yazidis curdas durante manifestação contra o Daesh, Iraque, 3 de agosto de 2015
Mulheres yazidis curdas durante manifestação contra o Daesh, Iraque, 3 de agosto de 2015 - Sputnik Brasil
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Neste dia, dois anos atrás, terroristas do Daesh atacaram a cidade de Sinjar, habitada principalmente por curdos, matando centenas e capturando milhares de civis.

A cidade iraquiana de Sinjar e seus arredores, povoados principalmente por curdos, foram ocupados por militantes do Daesh em 3 de agosto de 2014. Mais de 400 mil habitantes da cidade foram forçados a fugir para as montanhas de Sinjar.

Milhares de mulheres e crianças yazidis foram capturadas e centenas foram mortas por terroristas. A ONU e o governo iraquiano classificaram a tragédia como genocídio contra os yazidis.

Grupos armados de mulheres yazidis lutam contra terroristas de Daesh - Sputnik Brasil
Grupos armados de mulheres yazidis lutam contra terroristas de Daesh
Em cativeiro do Daesh estão ainda 3.764 yazidis. Eles estão presos nas cidades iraquianas de Mossul e Telafer e na Síria: em Raqqa, Deir ez-Zor, Al Bab e Tabka. A maioria dos prisioneiros são mulheres e crianças. As mulheres e meninas capturadas são vendidas como escravas e submetidas a violência sexual.

No momento, 2.640 yazidis foram libertados. Muitos deles estão acolhidos na cidade de Derik, na região de Rozhava no norte da Síria. O campo foi construído com o apoio do partido sírio curdo União Democrata.

O repórter da Sputnik visitou o campo de Derik e conversou com os que tiveram sorte em sobreviver:

© Sputnik / Hikmet DurgunYazidi Rosa Mohammed no campo de refugiados
Yazidi Rosa Mohammed no campo de refugiados - Sputnik Brasil
Yazidi Rosa Mohammed no campo de refugiados

A yazidi Rosa Mohammed confessa à Sputnik que os yazidis, que somente arrastam suas vidas, agora estão também mortos por dentro:

"Nós vivemos como os mortos. Porque todos os membros da nossa família estão espalhados em diferentes lugares. Uns no Iraque, uns foram forçados a fugir para a Europa ou outros países".

Rose disse que ela não pensa em voltar para Sinjar porque muitas tropas do Daesh ainda permanecem na região.

© Sputnik / Hikmet DurgunYazidi Lina Rehime no campo de refugiados
Yazidi Lina Rehime no campo de refugiados - Sputnik Brasil
Yazidi Lina Rehime no campo de refugiados

Outra yazidi, Lina Rehime, chamou os massacres em Sinjar de uma grande tragédia. Com lágrimas nos olhos, ela contou sua história:

"Quando fugimos, minha filha morreu das balas de terroristas do Daesh. Chegámos a este acampamento com grande dificuldade. Muitas vezes choramos, porque não podemos esquecer as matanças de Sinjar".

© Sputnik / Hikmet DurgunYazidi Jasim Venn no campo de refugiados
Yazidi Jasim Venn no campo de refugiados - Sputnik Brasil
Yazidi Jasim Venn no campo de refugiados

Jasim Venn, um ex-habitante de Sinjar:

"Eu, minha esposa e 10 filhos chegámos ao campo de refugiados em 8 de agosto de 2014. Deixei minha família aqui e voltei para lutar contra o Daesh em Sinjar. Queremos voltar para nosso povoado o mais rapidamente possível. Não voltaremos para a cidade, porque ela ficou arruinada. <…> Também há um problema de gerência na cidade. Há muitas forças militares diferentes, elas não podem concordar suas ações. Esta questão terá um impacto inevitável em nosso retorno para a cidade".

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