O professor da Universidade do Noroeste e especialista em problema de terrorismo, Max Abrahms, contou à Rádio Sputnik Internacional sobre a estrutura da Emni e as comunicações dentro do grupo.
Ele referiu que a unidade terrorista combina funções de serviços de inteligência com as de agência de segurança doméstica. Entretanto, as comunicações entre as células não têm grande importância.
"Em muitos casos, a realidade é que a organização Daesh não conhece sequer o autor de um atentado antes de o ataque ser realizado. Assim, o atacante conhece o Daesh, mas o Daesh não conhece o atacante", disse em entrevista.
A liderança deu luz verde aos islamistas em todo o mundo.
Segundo o relatório do jornal, a Emni é encabeçada pelo chefe do departamento de propaganda e porta-voz do Daesh, Abu Mohammad al-Adnani.
Adnani alegadamente evitou o cativeiro das forças de coalizão na Síria e opera na Síria.
Abrahms disse que Adnani permitiu a pessoas islamistas fazer algo que querem para espalhar o terrorismo e dizer que fizeram isso de parte do Daesh. O especialista destaca que há vários tipos de ataques. Por exemplo, o atentado em Paris no ano passado envolveu a organização principal, mas o ataque no aeroporto de Istambul não exigia muitas comunicações.
O antigo militante do Daesh Harry Sarfo, que foi entrevistado pelo The New York Times, disse que os agentes da Emni na Europa agem de forma a "poder ativar potenciais homens-bomba instigados pela propaganda".
Para evitar detenções, os agentes usam militantes recém-convertidos que não têm ligações rígidas com o grupo.
"Estas pessoas [agentes] não estão em contato direto com os que organizam os atentados porque sabem que se começam a falar serão apanhados", disse Sarfo ao jornal.
Entre os alvos principais da propaganda terrorista Sarfo nomeou os EUA. Segundo o ex-militante, radicalizar os norte-americanos é muito simples porque as armas ali estão à disposição de todos. Assim, não é necessário contatar com eles para passar armas.