Segundo a Sputnik Itália tinha anunciado, nos finais de fevereiro do ano corrente, que recentemente surgiram informações de que já em 2013 Roma e Washington tinham assinado um acordo secreto que previa a colocação na base de Sigonella de seis drones militares Predator dos EUA. Agora os italianos de fato quase não têm nem o direito de decidir algo.
Os Estados Unidos chamaram e a Itália deve ir correndo para uma guerra sem qualquer coordenação com o governo líbio ou com a Rússia, que repetidas vezes chamou atenção para o fato de os bombardeios realizados pelo lado americano serem ilegais.
Mas porque se comporta a Itália deste modo? A Sputnik Itália falou com o especialista militar Mirko Molteni.
"Tecnicamente isto é quase a guerra. A intervenção da Itália na Líbia aumenta o número de ameaças, já bastante alto. O Daesh já há um tempo ameaça com atentados o território da Itália, especialmente Roma, como a capital do mundo católico. E o fato de a Itália entregar suas bases militares à coalizão só aumenta o perigo," sublinhou.
O especialista e colunista nos jornais Analisi Difesa e Libero, oferece sua opinião sobre as possíveis razões para essa posição do governo italiano:
"Após a queda da União Soviética e do Pacto de Varsóvia, não existe uma ameaça do Leste e hoje a Rússia é de fato nosso aliado na luta contra o terrorismo. Mas a classe política da Itália continua com o hábito de entregar a proteção dos seus interesses aos EUA e deve passar muito tempo até que eles aprendam a tratar dos interesses nacionais."
É importante lembrar também que, de acordo com dados da mídia, em 2015 a OTAN tinha na Europa, inclusive na Itália, cerca de 200 bombas nucleares de aviação e 310 aviões-portadores.