Na sexta-feira (5), em uma jogada típica de regimes autoritários, a campanha de Hillary Clinton lançou um anúncio perturbador que descaradamente acusa seu adversário Donald Trump de traição, a fim de marcar para o público a mensagem que alicerça agora a campanha da candidata favorita para a presidência dos Estados Unidos.
No entanto, na sequência da recente revelação por parte do WikiLeaks de 20.000 e-mails do Comitê Nacional Democrata — os quais fornecem evidência clara e convincente de que a campanha de Clinton coordenou esforços de sabotagem contra a candidatura progressista do democrata Bernie Sanders —, a equipe de Hillary continuou a ofensiva questionando e torcendo os fatos para fazer parecer com que os vazamentos fossem produtos de uma intervenção russa.
A última gota foi quando o ex-chefe da CIA Michael J. Morell escreveu nas páginas editoriais do New York Times que "no negócio da inteligência, diríamos que [o presidente russo Vladimir] Putin recrutou o Sr. Trump como um agente involuntário da Federação Russa".
"Não sabemos por que Trump elogia Putin", começa o anúncio de Hillary, acrescentando que os democratas também "não sabem porquê Putin elogia Trump”, por que eles “compartilham políticas externas”, “por que os principais assessores de Trump têm laços com Putin”, “por que a Rússia está tentando influenciar a eleição”, “quanto Trump tem investido na Rússia”, ou “o que é que está acontecendo aqui”.
A propaganda, sem saber aparentemente nada, termina simplesmente com a frase "Nós vamos deixar você adivinhar".