Patrícia é da juventude do PSC, partido de Feliciano. A estudante contou que foi chamada por Feliciano para ir ao apartamento funcional dele, em Brasília, no dia 15 de junho, para participar de uma reunião. Segundo ela, ao chegar à casa do deputado, ela descobriu que ele estava sozinho e que não havia reunião. Feliciano então, segundo a estudante, tentou estuprá-la. O estupro só não ocorreu por intervenção de uma vizinha, que teria ouvido som de briga.
Ainda de acordo com a estudante, assim que deixou o apartamento funcional de Feliciano, ela foi à Câmara dos Deputados e tentou pedir ajuda a membros do PSC, entre eles o presidente do partido, Pastor Everaldo. Sem resultado. Patrícia relata que recebeu oferta de dinheiro de Everaldo, que teria entregado um saco com uma quantia que ela não sabe o valor.
“Foi à base de ameaça, ele estava armado. Tudo que eu fiz foi à base de ameaça. E não foi qualquer ameaça. Foram ameaças de uma pessoa que tinha uma arma. Porque até então, o Bauer é aposentado da polícia, ele anda armado”, completou.
Patrícia também contou que foi obrigada por Bauer a gravar dois vídeos nos quais falava bem do deputado e desmentia o relato que ela própria tinha feito ao jornalista Leandro Mazzini, em Brasília, acusando Feliciano da tentativa de estupro.
“Não era assim, faça o vídeo que eu vou te dar dinheiro. Não era assim. Ele falava: 'faça o vídeo porque senão você vai morrer. A gente sabe onde você mora, a gente sabe da sua família'. Mas toda hora ele falava assim: 'quanto você quer para esquecer esse assunto, para esse assunto morrer?'”, contou.
A estudante diz que conseguiu se salvar porque pediu ajuda a dois jornalistas que foram até o hotel para tentar ouvi-la. Ao relatar as ameaças aos repórteres, a estudante diz que foi levada à delegacia por eles.
O assessor de Feliciano chegou a ser detido em São Paulo na última sexta-feira (5) por causa da denúncia, mais foi liberado na madrugada de sábado (6).
Em um vídeo postado em sua página na internet hoje, Marco Feliciano nega o caso e diz que com o tempo ficará provado que as acusações não passam de “engodo” e “mentira”.