'Sudeste asiático pode ser palco de um grande conflito envolvendo os EUA e China'

© AFP 2023 / ROLEX DELA PENA / POOLIlha Thitu do arquipélago Spratly no Mar do Sul da China
Ilha Thitu do arquipélago Spratly no Mar do Sul da China - Sputnik Brasil
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Segundo informações de guarda costeira do Japão, em 8 de agosto, em águas perto das ilhas disputadas de Senkaku (Diaoyu) no mar da China Oriental, foram registrados 14 navios de patrulha da China.

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No fim da semana passada, na mesma região entrou um conjunto de 230 escunas e seis navios de pesca. O Ministério das Relações Exteriores do Japão apresentou um protesto a Pequim e o representante do governo japonês declarou que Tóquio agirá de forma decisiva.

Ao mesmo tempo, a atividade militar da China se desenrola também no mar do Sul da China. Em 6 de agosto, o Ministério da Defesa da China informou que aviões da Força Aérea chinesa, inclusive alguns bombardeiros H-6 e Su-30, realizaram voos de patrulha sobre as ilhas disputadas de Spratly. O ministério Informa que sua missão era de treinamento de autodefesa e de ataques aéreos.

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Além disso, o ministro da Defesa chinês, Chang Wanquan, apelou na quinta-feira (4) às forças armadas nacionais da China para se prepararem para defender a soberania do país em caso de "uma guerra no mar". A China declarou também que as ilhas disputadas é um dos aspetos que podem fazer com que a China use a força militar.

O especialista russo Aleksei Maslov considera que é pouco provável que a China ataque alguém, mas que ela quer se apresentar como uma potência militar. Por muito tempo a China era considerada uma potência econômica e agora tem o desejo de ser uma potência militar e naval.

"Não penso que a China ataque alguém. Nunca fez isso em toda a sua história político-militar. Sim, a China aumentou as suas despesas militares <…>. Entretanto, é preciso entender que a China receia a desestabilização da situação que está acontecendo na Ásia Oriental", disse o especialista.

Maslov afirmou que, nos últimos 5 anos, a situação se agravou por causa do Japão, Vietnã e outros oponentes da China na Ásia do Pacífico. A Coreia do Norte também nem sempre se comporta de forma adequada. Para a China a componente militar é importante como uma caraterística de grande potência.

"Isso não deve ser compreendido como uma confrontação da China com estes países, mas como a confrontação da China com os EUA", afirmou o especialista.

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A retórica atual, disse Maslov, é para a comunidade dentro da China, porque a decisão do Tribunal de Haia é a primeira derrota séria da China no palco internacional no que toca a disputas territoriais. Entretanto, todas as partes do conflito – o Japão, as Filipinas, o Vietnã, a Tailândia – são parceiros comerciais da China. Em caso de guerra, o comércio sofrerá grandes danos e ele é o centro das economias destes países.

"Por isso são possíveis confrontos locais e desavenças entre navios chineses e navios de guarda costeira dos países mais próximos <…>. Se os EUA tomarem a decisão de intervir, será desenrolado um conflito na Ásia do Sul. É um roteiro muito mau. Se os EUA não utilizarem a sua Marinha e somente ameaçarem com sanções, será um conflito de longa duração sem grande componente militar", disse.

O especialista notou que a história já tem um tal exemplo. No meio de protestos em 1989 na Praça da Paz Celestial, os EUA anunciaram sanções contra Pequim que não tiveram nenhum efeito porque os EUA tinham um grande interesse na China como parceiro comercial. Agora a história pode se repetir, disse.

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