"O governo japonês, apoiando de um lado a eliminação das armas nucleares, por outro lado, mostra uma posição de dependência em relação às armas de contenção nuclear", disse o perfeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, ao ler a declaração de paz em comemoração ao 71º aniversário dos bombardeamentos de Nagasaki.
"Entretanto, o perfeito de Nagasaki expressou-se de forma mais dura em relação a este assunto. <…> o governo japonês e os políticos japoneses apresentam o Japão como o único país em todo o mundo que sofreu um bombardeamento nuclear. Tendo isso em conta, o Japão pretende ser um líder do movimento pela desnuclearização, mas não abdica do guarda-chuva nuclear", disse o especialista.
Para remover esta controvérsia, o perfeito de Nagasaki propôs ao governo japonês fixar na lei três princípios de desnuclearização: não ter, não produzir e não importar armas nucleares.
"É uma proposta razoável. Esta ideia de assumir a responsabilidade de três princípios nucleares <…> é boa em si mesmo. Entretanto, é possível tanto assumir voluntariamente como desistir deles. Isso, por exemplo, aconteceu com os princípios de não exportar armas assumido pelo Japão. Hoje Tóquio já desistiu deles <…>".
Kistanov afirmou que, naquela altura, o representante japonês disse que o país não tem planos de desenvolver armas nucleares. Entretanto, a nova ministra de Defesa japonesa afirmou que no futuro a situação pode alterar-se.
"Estas declarações provocaram protestos não somente na China, mas também na Coreia do Sul. Assim, há uma certa contradição em relação a estes três princípios de desnuclearização".
"No Nordeste Asiático podemos observar uma corrida armamentista. O efeito mais negativo sobre a situação na região é a instalação na Coreia do Sul de sistemas de defesa antiaérea, capazes de abater mísseis na atmosfera, bem como no espaço. <…> há rumores de que há uma hipótese de instalar estes sistema norte-americano no Japão", afirmou o especialista acrescentando que tudo isso contradiz o desejo de Tóquio de ser um país sem armas nucleares.