'Japão segue política contraditória e pode tornar-se potência nuclear'

© flickr.com / Maxwell HamiltonImagem artística de uma explosão nuclear
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O perfeito da cidade japonesa de Nagasaki criticou o governo japonês por este expressar apoio às forças de contenção nuclear dos EUA, apelando para criar um zona livre de armas nucleares na Ásia do Nordeste.

"O governo japonês, apoiando de um lado a eliminação das armas nucleares, por outro lado, mostra uma posição de dependência em relação às armas de contenção nuclear", disse o perfeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, ao ler a declaração de paz em comemoração ao 71º aniversário dos bombardeamentos de Nagasaki.

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O perfeito de Nagasaki ecoou a ideia expressa pelo perfeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, somente três dias atrás, disse o chefe do Centro de Estudos Japoneses do Instituto do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia, Valery Kistanov, em declarações à Sputnik Japão.

"Entretanto, o perfeito de Nagasaki expressou-se de forma mais dura em relação a este assunto. <…> o governo japonês e os políticos japoneses apresentam o Japão como o único país em todo o mundo que sofreu um bombardeamento nuclear. Tendo isso em conta, o Japão pretende ser um líder do movimento pela desnuclearização, mas não abdica do guarda-chuva nuclear", disse o especialista.

Para remover esta controvérsia, o perfeito de Nagasaki propôs ao governo japonês fixar na lei três princípios de desnuclearização: não ter, não produzir e não importar armas nucleares.

"É uma proposta razoável. Esta ideia de assumir a responsabilidade de três princípios nucleares <…> é boa em si mesmo. Entretanto, é possível tanto assumir voluntariamente como desistir deles. Isso, por exemplo, aconteceu com os princípios de não exportar armas assumido pelo Japão. Hoje Tóquio já desistiu deles <…>".

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Na opinião de Kistanov isso mostra que, dentro de algum tempo, o Japão pode da mesma forma desistir dos princípios de desnuclearização. Vários analistas já disseram que o Japão está desenvolvendo um potencial de sombra que permite acumular materiais nucleares. Segundo o especialista, numa das reuniões do Comitê para a Desnuclearização da ONU um representante chinês acusou o Japão de possuir 10,8 toneladas de plutônio, o que é suficiente para equipar 1.350 ogivas nucleares.

Kistanov afirmou que, naquela altura, o representante japonês disse que o país não tem planos de desenvolver armas nucleares. Entretanto, a nova ministra de Defesa japonesa afirmou que no futuro a situação pode alterar-se.

"Estas declarações provocaram protestos não somente na China, mas também na Coreia do Sul. Assim, há uma certa contradição em relação a estes três princípios de desnuclearização".

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Na opinião do especialista, é pouco provável que o Japão possa fixar estes princípios na lei.

"No Nordeste Asiático podemos observar uma corrida armamentista. O efeito mais negativo sobre a situação na região é a instalação na Coreia do Sul de sistemas de defesa antiaérea, capazes de abater mísseis na atmosfera, bem como no espaço. <…> há rumores de que há uma hipótese de instalar estes sistema norte-americano no Japão", afirmou o especialista acrescentando que tudo isso contradiz o desejo de Tóquio de ser um país sem armas nucleares.

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