A Carta aos Brasileiros de Dilma Rousseff deveria ter sido divulgada até quarta-feira, 10, porém, segundo informações transmitidas à mídia por senadores de seu círculo mais próximo, a presidente teria se irritado com o teor do pronunciamento do Senador Cristovam Buarque (PPS-DF) ao manifestar, no Plenário do Senado, seu voto favorável ao prosseguimento do processo. Cristovam Buarque, em encontro anterior com a presidente, havia sugerido diversos aspectos que ela deveria abordar em sua Carta, mas, após saber como e de que forma o senador votaria, a presidente teria retirado do texto todas as suas sugestões.
Diante da repercussão destes fatos, Sputnik Brasil entrevistou um dos parlamentares mais próximos da Presidente Dilma Rousseff, o Senador Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde de Luiz Inácio Lula da Silva. O senador petista, que participou na própria quarta-feira de um almoço com a presidente, na companhia de outros parlamentares, diz ter recomendado a Dilma que a sua Carta aos Brasileiros tenha um tom essencialmente humano:
"Nossa sugestão foi de que ela fizesse uma carta que não fosse objeto de um entendimento, de um consenso entre parlamentares, mas algo que fosse dela própria e que pudesse expressar o sentimento e a vontade dela. Algo bem humano. Mas não sei dizer que tipo de linguagem a presidente vai utilizar, nem mesmo se ela irá acatar algumas das nossas sugestões."
Sobre a demora na apresentação do documento, Humberto Costa explica:
"Já tinham sido escritas várias versões dessa Carta, sempre com um ponto a mais, um ponto a menos, já que ela era um texto longo. Nós, parlamentares, consideramos importante que a presidente se comunique diretamente com a população brasileira, que ela fale para o Brasil e revele seus sentimentos, posições, e o que pretende fazer pelo Brasil caso venha a reassumir seu cargo."