"Eu, o primeiro-ministro de Israel, me preocupo mais com os palestinos do que seus próprios líderes", disse Netanyahu em um vídeo publicado na Internet que provocou indignação entre os palestinos. "Israel se preocupa mais com os palestinos do que seus próprios líderes", acrescentou o premiê.
O líder israelense disse que seus comentários eram uma resposta às alegações de que o grupo militante islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, teria roubado dinheiro de ajuda humanitária de uma grande organização de caridade e das Nações Unidas.
Em 4 de agosto, um tribunal israelense acusou o gerente da organização cristã World Vision para a região de Gaza, Mohammad El Halabi, de financiar o "terror". Na última terça (9), foi a vez de um engenheiro da ONU ser indiciado por suspeitas de trabalhar com a ala militar do Hamas.
"O Hamas, a organização terrorista que governa Gaza, roubou milhões de dólares de organizações humanitárias como a World Vision e as Nações Unidas", disse Netanyahu, acrescentando que a "ajuda vital fornecida por nações ao redor do mundo foi negada a palestinos inocentes e pobres”.
Netanyahu, por sua vez, disse que Israel "trata feridos palestinos em seus hospitais" e que o Hamas, por outro lado, "impede palestinos feridos de obter ajuda".
Os dois acusados pelo tribunal israelense ainda têm de ser julgados, e o advogado de Halabi nega as acusações.
A World Vision ressalta que não teve acesso a nenhuma evidência apresentada por Israel para justificar a detenção de seu funcionário, e questiona a seriedade dos números apresentados pelos serviços de segurança israelenses, que disseram que mais de US$ 7 milhões por ano teriam sido roubados da organização.
A guerra que Israel empreendeu em 2014 na Faixa de Gaza contra o Hamas deixou mais de 2.200 palestinos mortos, sendo a maior parte das vítimas composta por civis, incluindo mais de 500 crianças, de acordo com as Nações Unidas. Além disso, Israel tem mantido um bloqueio rigoroso sobre Gaza há quase uma década, restringindo o acesso de muitos produtos básicos à região. Trinta e oito por cento dos palestinos em Gaza estão desempregados, de acordo com o Banco Mundial.