Ao conversar com a imprensa, o Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) confirmou que o julgamento vai começar no dia 25 de agosto e acredita que tudo se conclua em três dias. Calheiros ainda informou que não pretende votar, assim como fez nas sessões de admissibilidade e de pronúncia do impeachment.
"Eu estimo que a sessão de julgamento deva durar pelo menos 3 dias. Mas espero que não complete o quarto dia."
A grade dúvida é a possibilidade dos senadores seguirem com a sessão ao longo do final de semana, nos dias 27 e 28 de agosto. O líder da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues (AP) espera que as sessões sejam interrompidas no sábado e domingo e o julgamento finalize até terça-feira (30).
"A ideia é fazermos quinta e sexta e retomarmos na segunda-feira. Em princípio, acredito muito ser muito pouco provável que se tenha acordo para fazer a sessão esticando sábado e domingo."
Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou para a imprensa a pressa na realização do julgamento e ressaltou que a defesa da presidenta afastada vai usar todos os recursos para assegurar o direito de defesa de Dilma Rousseff.
"Vamos utilizar tudo que estiver ao nosso alcance: regimento, Código de Processo Penal, a Lei 1079, o rito anterior do impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Vamos usar tudo para garantir o direito de defesa. Não tem justificativa essa pressa."
Para o líder do PMDB, senador Eunício Oliveira do Ceará, quatro dias de julgamento são suficientes para garantir o amplo direito de defesa de Dilma, até porque segundo o parlamentar, o assunto já chegou ao limite.
"O Brasil inteiro já não aguenta mais esse assunto. Estamos há oito meses falando da mesma coisa. A presidente não tem condições de voltar, que perdeu a governabilidade e que não tem 1/3 do Congresso Nacional. Não há porque postergar mais esse processo."
Durante o rito do julgamento do processo contra Dilma Rousseff, além das testemunhas, também vão ter direito a fala os advogados de defesa e acusação, além da própria presidente afastada.