José Felipe contou que o estabelecimento, que já existe há 13 anos, nunca teve uma notoriedade tão grande, mesmo após outros grandes eventos como o Pan-Americano e a Copa do Mundo. Antes do sucesso, até o nome do bar era outro, mas o que pegou mesmo foi "Bin Laden" – apelido que José Felipe considera carinhoso e que recebeu de clientes pela sua suposta semelhança com o famoso terrorista Osama bin Laden.
Vindo de origem pobre, "Bin Laden" e seu filho, que o ajuda no serviço do bar, acreditam que as Olimpíadas abriram as portas do 'boteco pé sujo' para o mundo, chamando a atenção da imprensa internacional e ganhando artigos exclusivos de jornais como The New York Times, que, aliás, foi um dos primeiros a visitar e promover o local.
A rotatividade de atletas, técnicos e funcionários da vila olímpica é notória. Entre um papo e outro, um grupo de atletas tunisianos assiste à competição de salto em altura; um grupo da delegação espanhola compra 30 garrafas de cerveja para viagem; além de churrasco, pizza, petiscos, drinks e cervejas que não param de chegar nas mesas dos ilustres convidados.
O boxeador Robson Conceição, que garantiu uma medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Olímpicos, visitou o bar no dia seguinte da sua vitória, aproveitando o local para dar entrevistas a diversos veículos de imprensa.
Ao ser questionado sobre a especulação que pode surgir com o sucesso do seu ponto, José Felipe de Araújo, o "Bin Laden" da Vila Olímpica, é categórico: "Eu quero manter do jeito que tá! Porque é uma referência! A gente tá sempre de portas abertas pra receber quem chega, e esse é o segredo do sucesso" – conclui.