Há um mês, o jornal escreveu que Obama pretende ser o primeiro a anunciar sobre não uso de armas nucleares e a submeter o Conselho de Segurança da ONU à resolução que proíbe a realização de quaisquer testes nucleares. Durante tais especulações, o porta-voz Dmitry Peskov do presidente russo informou que "essas propostas ainda não foram anunciadas oficialmente".
De acordo com a opinião de alguns outros países, se Washington tomar essa decisão, o "risco de conflito armado, com Coreia do Norte, China e Rússia, aumentará mesmo com uso de armas convencionais".
O especialista da Associação de cientistas políticos militares independentes, Aleksandr Perendzhiev, desconfia da publicação e ressalta que mesmo que Obama venha a se pronunciar sobre esse anúncio, isso não seria uma surpresa.
"O 'não usar primeiro' é um termo de estratégia nuclear que significa a renúncia feita por um país em usar armas nucleares, exceto em casos que o próprio país sofra uma agressão nuclear", explica.
"E se isso fosse uma questão prática ou declaração sem fundamento? A questão não seria em concordar ou não, mas sim, em seu conteúdo real. Atualmente há uma defesa antimíssil, mas esse sistema é uma infraestrutura da guerra nuclear. Não se pode ignorar a importância da defesa antimíssil em acordos, pois o sistema existe precisamente para nos proteger de um ataque nuclear", informa.
De acordo com o especialista, mesmo se Obama chegasse a pronunciar tal declaração, não há garantia de que outros países seguiriam o exemplo dele. O Reino Unido e a França também dispõem de armas nucleares, mas eles não assumem compromisso e não participaram de negociações sobre desarmamento.
"Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte têm armas nucleares. Como proceder em relação a eles?", indaga.
Ao mesmo tempo o jornal japonês The Japan Times tentou esclarecer a opinião do governo do seu país sobre o assunto, ao se referir ao artigo de Josh Rogin. Segundo as autoridades do Japão, "os EUA estão analisando várias alternativas, e até que não seja tomada decisão alguma, não poderiam comentar cada notícia".