"Na verdade, esta resolução adotada em julho de 2015 é dedicada não tanto às sanções em relação ao Irã, como a um assunto completamente diferente – a adoção do Plano Abrangente de Ação Conjunta em relação ao programa nuclear iraniano, mas suaviza sanções de forma radical. Sim, o ponto 5 do anexo diz que se o fornecimento de armas (inclusive aviões militares) se realiza 'para o uso no Irã ou nos seus interesses', é necessária a autorização antecipada do Conselho de Segurança. Mas, permitam-me, o que tem isso a ver com os ataques aéreos dos bombardeiros russos de longo alcance usando um aeródromo no território iraniano para alvejar o Daesh e a Frente al-Nusra na Síria, nas províncias de Aleppo, Deir ez-Zor e Idlib? Será isto 'para o Irã, para o uso no Irã ou nos seus interesses'?", pergunta ele na sua página no Facebook.
Na opinião de Kosachev, com a sua reação à presença de aviões militares russos na base iraniana, os EUA confirmaram mais uma vez que, para eles, a Síria e o Irã, bem como todo o Oriente Médio e os seus arredores "são um espaço para realizar os seus interesses e não uma oportunidade para resolver questões comuns em conjunto".
"As circunstâncias e a nossa posição coerente, com efeito, fizeram com que os EUA começassem trabalhar com a Rússia nas questões de eliminação de armas químicas sírias e limites do programa nuclear iraniano. Em conjunto nós conseguimos", lembrou o presidente do comitê.
"Que mais deve acontecer, quantos erros e, consequentemente, quantas mais vítimas acontecerão para que os norte-americanos concordem em trabalhar com a Rússia em assuntos do terrorismo internacional ou, pelo menos, parem de interferir?", concluiu Kosachev.
Na terça-feira (16), o Ministério da Defesa russo confirmou o deslocamento de bombardeiros russos Tu-22M3 e Su-34 para a base iraniana de Hamadã. Os aviões russos alvejaram o Daesh a partir deste aeródromo iraniano. Ainda antes, a Força Aeroespacial russa intensificou os ataques a partir da base aérea de Hmeymim, na Síria.