Os medalhistas olímpicos foram retirados do avião e tiveram os passaportes retidos, tudo por conta do episódio do suposto assalto sofrido por eles no Rio, que também incluiria os nadadores Ryan Lochte e James Feigen, quando estavam em um táxi retornando de uma festa na Zona Sul da cidade e indo em direção à Vila Olímpica, na Barra da Tijuca, no último domingo (14).
A Polícia e a Justiça identificaram contradições nos depoimentos dos atletas Lochte e Feigen sobre o assalto. Na delegacia Lochte disse que eles foram abordados por um homem armado, que exigiu a entrega de todo o dinheiro, cerca de US$ 400. Já Feigen disse que eram vários bandidos e que apenas um deles estava armado. Há contradições ainda no horário que os atletas disseram ter saído da festa na Lagoa e o horário em que chegaram na Vila Olímpica. Os nadadores afirmam que saíram da festa às 4h de domingo, mas a Polícia informou que eles saíram do evento às 5h45. Uma câmera de segurança da Vila Olímpica registrou a chegada deles 1h11 depois, às 6h56 . A tranquilidade dos nadadores na chegada à Vila Olímpica também é flagrada nas imagens divulgadas pelo Jornal britânico Daily Mail.
Bentz e Conger foram levados para a delegacia da Polícia Civil do Aeroporto para prestar depoimento sobre caso, mas não prestaram depoimento por orientação do advogado Sérgio Riera.
"Há uma confusão, porque a Delegacia dizia que eles são testemunhas e o despacho do juiz falava outra coisa. Enquanto isso não foi solucionado eles não vão prestar depoimento. Depois eles estão obviamente dispostos a colaborar com a Justiça e a Delegacia", explicou para a imprensa o advogado dos atletas.
Os nadadores deixaram a delegacia sem dar entrevistas e se hospedaram em um hotel próximo ao aeroporto.
Uma nova decisão do Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos, proibiu que Bentz e Conger deixem o Brasil, até que prestem esclarecimentos sobre o caso como testemunhas para a Justiça.
Nesta quarta-feira (18), a juíza Keyla Blacn De Cnop, do Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos já tinha expedido mandados de busca e apreensão dos passaportes dos nadadores americanos Ryan Lochte e James Feigen. No entanto, Loche já tinha deixado o país de volta aos Estados Unidos e Feigen também deixou a Vila Olímpica e a Polícia ainda não conseguiu localizá-lo no Rio. O atleta também não pode deixar o Brasil.
Ao conversar com a imprensa, o Delegado da DEAT – Delegacia Especial de Atendimento ao Turista, Alexandre Braga disse não descarta nenhuma linha de investigação e acredita que com o impedimento de Gunnar Bentz e Jack Conger sair do Brasil, o nadador James Feigen apareça.
"Nós imaginamos que agora, o James possa se comunicar conosco para que nós possamos fazer essa oitiva também."
As investigações vão continuar com o objetivo de apurar se houve prática de falsa comunicação de crime. Segundo o Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos, por enquanto os nadadores são tratados como vítimas, mas se ficar comprovado o crime, eles responderão e podem ser julgados à revelia se não atenderem o chamado da Justiça por carta rogatória.
Com a possibilidade da falsa comunicação de crime os atletas são criticados nas redes sociais.
Caso Ryan Lotche prova que Brasil é uma bagunça, mas não é casa da mãe joana. Você precisa de anos de malandragem pra pagar de esperto aqui.
— Marcello Neves (@mneves_) 18 de agosto de 2016
Que bom que lotche é nadador imagina se jogasse futebol e passasse a noite na farra pra jogar domingo, o cara é péssimo em inventar mentira
— Desfavorecido (@RealityBipolar) 18 de agosto de 2016
Brasil e o estado do Rio de Janeiro está no direito de querer investigar o caso do Pinóquio americano #Lotche
— F. Gabriel (@Stranggelove) 18 de agosto de 2016