De acordo com a curadora do GaleRio e coordenadora do Instituto EixoRio, Cristiane Nicolay, a homenagem partiu de uma ideia da Prefeitura.
"A Prefeitura do Rio queria deixar neste local um presente para a cidade, que lembrasse a Olimpíada e com o qual o carioca se identificasse. Pensamos no grafite e numa homenagem ao time de refugiados e convidamos dois artistas que se envolveram bastante com a causa."
Os artistas Sini e Cely abraçaram a ideia. Entusiasmados em pouco mais de uma semana estamparam as imagens dos cinco esportistas do Sudão do Sul, os corredores Anjelina Nadai Lohalith, Rose Nathike Lokonyen, James Nyang Chiengjiek, Paulo Amotun Lokoro e Yiech Pur Biel; do maratonista etíope Yonas Kinde; dos judocas do Congo Popole Misenga e Yolande Bukasa Mabika; e dos nadadores da Síria Rami Anis e Yusra Mardini.
Para Sini, que trabalha há 15 anos com grafite, é fato histórico a primeira participação de um time de refugiados em uma Olimpíada. Os atletas vão ser lembrados para sempre.
"É impossível não se emocionar com a história deles. Para mim, esse time é o grande campeão. Fizemos esse trabalho com muito respeito e admiração por essas pessoas. E isso está acontecendo aqui no Brasil, no Rio de Janeiro. Não poderíamos deixar passar em branco. Eles ficarão aqui para sempre, sendo lembrados por cariocas e turistas que visitarem essa região."
Já Cety Soledade ressaltou para a imprensa a importância do grafite como expressão artística que contribui para o debate social.
"Para nós foi muito interessante essa oportunidade de provocar a reflexão a respeito de uma questão mundial”, disse, acrescentando que o esporte, assim como a cultura, tem um poder transformador das sociedades."
A equipe de refugiados reúne seis homens e quatro mulheres nas modalidades da natação, do judô e do atletismo. Cinco vêm do Sudão do Sul, dois são da Síria, dois da República Democrática do Congo e um da Etiópia.
O novo corredor artístico foi chamado de GaleRio e reúne obras de 20 artistas de variados estilos e técnicas.