Desde 31 de julho, quando terminou o mandato rotativo de seis meses do Uruguai, a presidência do Mercosul está vaga, uma vez que o Uruguai não transmitiu o cargo oficialmente à Venezuela conforme preveem as regras do bloco. Brasil e Argentina mobilizam suas diplomacias para tentarem emplacar uma presidência conjunta, alternativa que já foi rechaçada pelo governo do presidente Nicolás Maduro.
"Esperamos que isto aconteça antes do primeiro semestre de 2017. É difícil predizer um tempo específico, pois cada Congresso tem seus próprios ritmos e particularidades. Não obstante, estamos fazendo um acompanhamento para ver em que etapa se encontra", informou o vice-ministro de Comércio Exterior, Clarems Endara.
Segundo Endara, a adesão plena da Bolívia ao Mercosul se atrasaria devido aos trâmites internos do Brasil, único país que falta conceder aprovação, depois da que foi dada pela Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai. Para especialistas em América Latina, porém, é difícil que o governo interino do Brasil, e em especial o ministro das Relações Exteriores, José Serra, concordem com a adesão da Bolívia, país que não está alinhado com as tendências mais conservadoras presentes hoje na maioria dos países que integram o Mercosul.
O vice-ministro de Comércio Exterior informou que, depois de Brasília entregar o protocolo de adesão, devem passar pelo menos 30 dias para entrarem em vigor as condições ns quais o país tem que adotar, durante quatro anos, conforme o regulamento Mercosul, para ser parte de todos os sistemas desse bloco.
A Bolívia tem atualmente a condição de Estado associado do Mercosul e pretende ser membro pleno com todos os benefícios. O órgão de integração trabalha também para que em 2017 seja implementada a placa Mercosul, uma identificação para que os veículos tenham livre mobilidade nos países membros.