O país está no estado de recessão mais profundo desde os anos 30 do século passado. O investimento no país diminuiu, o nível de produção total caiu 4,5%. A demanda do consumo interno também está caindo. O nível de desemprego, o mais alto dos últimos 4 anos, é de 9,5 por cento, o que também agrava a situação.
O editor-chefe do jornal russo Latinskaya Amerika (o nome russo de América Latina), Vladimir Travkin, partilhou com a Sputnik suas considerações sobre a economia do Brasil depois dos JO. Segundo ele, por um lado as receitas das companhias aéreas e turísticas foram menores do que era esperado, principalmente por causa da situação política instável e do alto nível de criminalidade no país.
"Para quê gastar dinheiro e ir aos Jogos se eu posso ser roubado em Copacabana?", Travkin faz esta pergunta retórica que, segundo ele, impediu muitas pessoas ricas de visitar os JO.
O especialista assinala que no ano de 2009 a economia do Brasil tinha crescido e que as reformas de Dilma do caráter esquerdista, que posteriormente pareceram ser bem sucedidos, foram estranguladas do exterior, principalmente pelos EUA:
"Dilma disse que é julgada por causa de seus êxitos e não por crimes", assinala Vladimir Travkin.
Apesar de todas as tentativas para descriminar os atletas russos e outros escândalos, o especialista julga que os Jogos foram uma coisa positiva para o Brasil. Mas ele lamenta que Dilma Rousseff não tenha conseguido inaugurar e encerrar os Jogos como presidenta, porque o especialista considera que o evento, que em geral decorreu bem, foi mérito dela.
Segundo o especialista, os equipamentos olímpicos são raramente usados depois do evento. Ele assinala que estas instalações no Brasil não serão usadas em pleno.
Falando sobre a economia brasileira em geral, ele assinala que os problemas principais são o alto nível de corrupção e a orientação para as exportações de matérias-primas, e que os Jogos Olímpicos realmente não são tão prejudiciais como esses problemas.