O advogado e professor de Direito Marcelo Lavenère foi o autor, em caráter pessoal, do pedido de impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992, junto com o então presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Barbosa Lima Sobrinho, igualmente em caráter pessoal.
Marcelo Lavenère, notando que apenas nos dois primeiros dias do julgamento do processo de Dilma Rousseff o Ministro Ricardo Lewandowski teve de pedir comedimento, por várias vezes, aos senadores, diz não ter mais dúvidas da inexistência de qualquer semelhança entre os dois processos e os dois distintos momentos políticos:
"Trata-se de dois processos completamente diversos. O julgamento de Collor foi tranquilo. O de Dilma está sendo marcado por intolerância e radicalização, o que é totalmente descabido dentro de um ambiente elevado como o Senado Federal. O Ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal, está tendo de pedir contenção aos senadores a todo momento, o que é totalmente descabido."
Para o Dr. Marcelo Lavenère, o processo de impedimento da Presidente Dilma Rousseff é improcedente:
"Não há razões de Direito para que a presidente seja afastada. Tenho estado em várias oportunidades com a presidente e vejo que ela continua muito tenaz, firme e decidida, absolutamente convicta de sua inocência. E assim deve se manter."
Porém, para Lavenère, a presença de Dilma Rousseff no Plenário do Senado na próxima segunda-feira, 29, em nada influenciará a posição dos senadores, que já possuem opinião formada sobre o processo:
"Se você me perguntar se ainda há algum senador ou senadora indeciso ou sem saber como vai votar, eu serei obrigado a pensar como deverei responder. Porque, a esta altura, todos os juízos estão mais do que formados e firmados."