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Dilma afirma no Senado que política fiscal de seu governo não provocou a crise

© Marcelo Camargo/Agência BrasilDilma faz sua defesa no plenário do Senado
Dilma faz sua defesa no plenário do Senado - Sputnik Brasil
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A presidenta afastada Dilma Rousseff declarou hoje (29), em depoimento prestado ao Senado no julgamento do processo de seu impeachment, que a crise vivida pelo país é um reflexo da situação enfrentada por todas as economias do mundo.

“Querer dizer que a crise fiscal do país é por conta de três decretos e uma operação de subsídio é inverter completamente a realidade. Não sei em que mundo estaríamos se uma crise na proporção que o Brasil está vivendo fosse devido a isto” – afirmou Dilma.

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A frase foi dita por Dilma em resposta à pergunta da senadora Simone Tebet (PMDB-MS), que quis saber se a presidenta afastada se arrependia da política fiscal adotada durante seus mandatos.

Simone Tebet afirmou que o governo Dilma “vendeu um Brasil irreal aos brasileiros”  e a “maquiagem” das contas levou à perda de confiança dos investidores, recessão e desemprego recorde. “Não inventei a crise” – rebateu Dilma.

“Vocês estão criminalizando a política fiscal. Não foi o Brasil que passou por uma crise. Desde 2009 começamos a enfrentar a maior crise no mundo” – disse Dilma ao defender a política adotada durante o governo Lula, com medidas, segundo ela, anticíclicas para evitar que a crise afetasse o país.

Sobre a acusação de ter editado decretos suplementares sem autorização do Poder Legislativo, Dilma repetiu que os instrumentos não criaram novas despesas e, sim, um remanejamento do uso de recursos da União. Ela ainda lembrou que havia um projeto de revisão da meta [fiscal] em tramitação no Congresso e disse que a meta “não é uma ação unilateral do Executivo”.

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Ao rebater a acusação das pedaladas fiscais — atraso no repasse de recursos aos bancos públicos para a concessão de benefícios do Plano Safra — Dilma alertou que todo o mundo apoia a agricultura em seus países e voltou a afirmar que, constitucionalmente, o chefe do Executivo não interfere nestas políticas.

“Neste processo não está prevista a intervenção da presidente da República. Isto não mudou. Que eu não estava presente não é porque eu queria ou não. É que não estava previsto. Fica muito difícil me condenar por algo que não tem fundamento” – afirmou a presidenta.

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