Rússia e China: saindo da neutralidade ao suporte em importantes conflitos

© Sputnik / Aleksei Druzhinin / Acessar o banco de imagensPresidente chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin na cerimônia de abertura de exercícios navais sino-russos na base marítima chinesa em Xangai, China, 2014 (foto de arquivo)
Presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin na cerimônia de abertura de exercícios navais sino-russos na base marítima chinesa em Xangai, China, 2014  (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A Rússia e a China realizarão exercícios conjuntos no mar do Sul da China, palco de tensões nas relações entre Pequim e outros países. Entretanto, a China anunciou que é hora de se posicionar no conflito sírio. A mídia russa pondera por que os dois países alteraram suas posições de neutralidade, prontificando-se a prestar apoio em conflitos.

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Na semana passada, o porta-voz da Frota russa do Pacífico, Vladimir Matveev, confirmou que Rússia e China acordaram em realizar treinamentos conjuntos no mar do Sul da China entre 12 e 19 de setembro.

O foco dos exercícios será a proteção de navios de carga no mar do Sul da China.

Em julho, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Yang Yujun, disse que os exercícios "não serão destinados ao ataque a terceiros países".

Alguns analistas interpretaram a vontade russa de participação de exercícios conjuntos com a China, como forma de demonstrar apoio à nação chinesa nas disputas territoriais no mar do Sul da China.

Em 18 de agosto o jornal The Global Times comunicou que "chegou a hora de os militares chineses contribuírem para o fim da crise síria". Logo depois, tornou-se público que a delegação chinesa visitou a Síria e realizou negociações sobre a cooperação militar e ajuda humanitária.

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O diretor do Departamento para a Cooperação Militar Internacional da Comissão Militar Central, Guan Youfei, encontrou-se com o ministro da Defesa sírio, Fahad Jassim al-Freij.

O Ministério da Defesa Nacional chinês afirmou que a China tem desempenhado um papel ativo na busca de uma solução política à crise síria, apoiando a independência e autonomia da nação síria e estando os chineses de prontidão para fortalecer a cooperação com colegas sírios.

Guan reuniu-se também com o general russo que lidera o Centro de Reconciliação sírio em Damasco e discutiu "assuntos de interesse comum", acrescentou o ministério.

Tudo isso provocou várias sugestões na mídia, relacionadas à alteração de posições dos dois países, que abandonaram a neutralidade decidindo prestar apoio a conflitos.

O portal de notícias on-line Regnum disse que Pequim, através da mudança de posicionamento à disputa territorial no mar da Sul da China, especifica que não existe "uma denúncia global" da sua posição ao conflito.

"Há dois anos, os EUA realizaram com sucesso a transformação da Rússia através da mídia em 'um Estado vilão, assustador e poderoso'. A China se encontra preocupada devido à possibilidade de Washington aplicar ao país chinês o mesmo cenário", disse o jornal sobre o assunto.

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Sendo assim, a China espera sinais de Moscou sobre sua mudança de posicionamento, que demonstrem uma proximidade maior as posições defendidas pela China.

A retórica diplomática ainda não é suficiente, mas a realização de manobras conjuntas em águas disputadas é o melhor sinal, segundo observadores.

De acordo com autor da matéria, a China deve oferecer à Rússia "um prêmio", sendo ele a garantia de prontidão do Exército de Libertação Popular da China na união à coalizão da Rússia, Síria e Irã no conflito sírio.

 E isso é o que Moscou precisa no momento devido a razões políticas.

"É desistência da neutralidade em troca da desistência de neutralidade", destacou o autor.

Segundo ele, juntar-se aos lados certos dos conflitos proporciona a quebra de isolação: a isolação da Rússia no conflito sírio e a isolação chinesa no conflito no mar do Sul da China, disse a matéria.

O autor acrescentou também que tal "construção" segue as tradições da política oriental em ambas as regiões: Oriente Médio e Extremo Oriente.

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