O foco dos exercícios será a proteção de navios de carga no mar do Sul da China.
Em julho, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Yang Yujun, disse que os exercícios "não serão destinados ao ataque a terceiros países".
Alguns analistas interpretaram a vontade russa de participação de exercícios conjuntos com a China, como forma de demonstrar apoio à nação chinesa nas disputas territoriais no mar do Sul da China.
Em 18 de agosto o jornal The Global Times comunicou que "chegou a hora de os militares chineses contribuírem para o fim da crise síria". Logo depois, tornou-se público que a delegação chinesa visitou a Síria e realizou negociações sobre a cooperação militar e ajuda humanitária.
O Ministério da Defesa Nacional chinês afirmou que a China tem desempenhado um papel ativo na busca de uma solução política à crise síria, apoiando a independência e autonomia da nação síria e estando os chineses de prontidão para fortalecer a cooperação com colegas sírios.
Guan reuniu-se também com o general russo que lidera o Centro de Reconciliação sírio em Damasco e discutiu "assuntos de interesse comum", acrescentou o ministério.
Tudo isso provocou várias sugestões na mídia, relacionadas à alteração de posições dos dois países, que abandonaram a neutralidade decidindo prestar apoio a conflitos.
O portal de notícias on-line Regnum disse que Pequim, através da mudança de posicionamento à disputa territorial no mar da Sul da China, especifica que não existe "uma denúncia global" da sua posição ao conflito.
"Há dois anos, os EUA realizaram com sucesso a transformação da Rússia através da mídia em 'um Estado vilão, assustador e poderoso'. A China se encontra preocupada devido à possibilidade de Washington aplicar ao país chinês o mesmo cenário", disse o jornal sobre o assunto.
A retórica diplomática ainda não é suficiente, mas a realização de manobras conjuntas em águas disputadas é o melhor sinal, segundo observadores.
De acordo com autor da matéria, a China deve oferecer à Rússia "um prêmio", sendo ele a garantia de prontidão do Exército de Libertação Popular da China na união à coalizão da Rússia, Síria e Irã no conflito sírio.
E isso é o que Moscou precisa no momento devido a razões políticas.
"É desistência da neutralidade em troca da desistência de neutralidade", destacou o autor.
Segundo ele, juntar-se aos lados certos dos conflitos proporciona a quebra de isolação: a isolação da Rússia no conflito sírio e a isolação chinesa no conflito no mar do Sul da China, disse a matéria.
O autor acrescentou também que tal "construção" segue as tradições da política oriental em ambas as regiões: Oriente Médio e Extremo Oriente.