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Para analista, faltou ao PT organização da classe trabalhadora para evitar o impeachment

© Rovena Rosa/Agência BrasilPsol Temer
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No quinto dia de julgamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, vários analistas afirmam que as chances de reversão do julgamento se tornam a cada momento mais nulas. Com o afastamento definitivo da presidente, há quem se preocupe com os cenários que se delineiam com a oficialização do governo Temer.

Na avaliação do pediatra e membro da Articulação Nacional de Saúde do Psol Antônio Ferreira dos Santos Neto, o afastamento definitivo de Dilma da presidência e sua substituição pela equipe de Michel Temer são algo que agrada ao capital internacional.  A preocupação maior, contudo, segundo ele, é o baixo grau de conscientização da população.

"Como não temos um povo com consciência crítica, mas uma massa amorfa sem consciência dos seus direitos, infelizmente seremos todos prejudicados, sobretudo a juventude e as crianças, porque há em curso um processo em que os trabalhadores, os mais pobres, serão os mais sofridos."

Santos Neto diz estar convencido que, em que pese os erros da presidente, o impeachment ganhou força no momento que o processo de apuração de crimes estava chegando ao grande capital, aos financiadores das campanhas políticas.

"Infelizmente, o próprio governo do PT não investiu em educação e na organização da classe trabalhadora para enfrentar esse tipo de articulação da direita, que é extremamente organizada, para enfrentar o poder econômico e o processo de super exploração da classe trabalhadora. Com uma classe desorganizada, com alguns setores da CUT que saíram da combatividade para a defesa fisiológica do governo, de interesses corporativos, essa classe não está organizada para fazer a defesa de seus interesses."

No tocante ao fôlego de uma resistência em relação ao novo governo, Santos Neto se mostra um tanto pessimista.

"A tendência é que, à medida que o tempo vá passando, isso (a resistência) vá diminuindo. Em um primeiro momento vai haver uma resistência. Em um segundo, quando se colocar em votação a reforma da Previdência, virão reações, porque as pessoas ainda não sentiram o peso no bolso. Quando houver reações, aí me preocupa a questão da democracia neste país. Vão empurrar a gente para um processo complicado em que as liberdades democráticas estarão ameaçadas."

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