O termo Antropoceno foi introduzido em 2000 por Paul Crutzen, vencedor do Prémio Nobel. "Tal mudança de nome destaca a enormidade da responsabilidade da humanidade em relação à Terra", disse em 2011.
A atividade humana levou a mudanças profundas na Terra, nomeadamente o aquecimento global, provocado pelas emissões de gás carbónico e, como consequência, a subida do nível do mar, extinção de espécies, transformação do relevo por causa da desflorestação em massa. Tudo isso indica o fim da época de Holoceno, que teria se iniciado 12 mil anos atrás.
"O Antropoceno é um novo período, no qual as nossas atividades coletivas dominam o planeta", disse Chris Rapley, antigo diretor do Museu de Ciência de Londres, agora cientista na University College London.
Como o professor Jan Zalasiewicz, geólogo na Universidade de Leicester e presidente do Grupo de Trabalho sobre o Antropoceno disse: "Os nossos colegas da Estratigrafia protegem muito a escala do tempo geológico. Consideram-na como a base da geologia e não a alteram facilmente".
Para definir a nova era do Antropoceno serão considerados como evidências indicadores como o nível de elementos radioativos na estratosfera resultantes de testes de bombas nucleares, hidrocarbonetos de usinas elétricas e outros recursos fósseis, poluição das águas dos oceanos com materiais plásticos, alumínio atmosférico e partículas de concreto bem como o nível excessivo de nitrogénio e fosfatos, disse Zalasiewicz. Quanto às espécies, a propagação de algumas delas pode servir como o sinal de começo do Antropoceno, por exemplo, a propagação de galinhas domésticas.
No tempo geológico, uma era habitualmente dura por alguns milhões de anos. Se os cientistas precisaram de tão pouco tempo para determinar os sinais do começo do Atropoceno, pode ser que a decisão sobre o começo da nova era não exija muito tempo, embora no passado isso tenha levado décadas ou séculos, informou a matéria no jornal britânico The Guardian.