A "Muralha invisível" é o tema da bienal, que está sendo realizada em 12 centros de exposição de Moscou. Os artistas estão claramente expondo trabalhos que ultrapassam a concepção simples de arte para visitantes russos e estrangeiros.
42 artistas estrangeiros (da Polônia, EUA, Chile, Portugal, França e Alemanha) e 26 russos, através dos seus trabalhos, interpretaram o tema da Bienal que está relacionado às muralhas e barreiras, ou seja, às limitações pessoais enfrentadas por todos. Os organizadores, por via das exposições, propõem a destruição dos limites, ou seja, ultrapassar os medos presentes na vida das pessoas.
"A importância de uma exposição desse porte é de espalhar cultura de diferentes artistas, de diversas nacionalidades, mostrar o que muitas pessoas não têm acesso, dar uma oportunidade para que as pessoas vejam de perto um pouco do que acontece no mundo", explicou Finok à Sputnik Brasil.
Todos os artistas brasileiros com os quais a Sputnik falou (todos, exceto Alex Senna), disseram que a situação política atual é bastante complicada e que, como qualquer artista de rua ou aquele que trabalha no estilo de grafite, a situação política atual afeta as suas obras.
"No entanto, no meu trabalho eu também me alimento de insatisfações, por outro lado é interessante ter ele como o material criador para me inspirar, mas eu preferia que ele não existisse porque é muito lamentável o que está acontecendo hoje no Brasil", disse Paulo Ito sobre o cenário político do Brasil.
Claudio Ethos informou que os seus trabalhos podem levar de quatro horas a 10 dias para serem concluídos, mas as obras criadas em Moscou, foram concluídas mais rapidamente, pois ele já tinha ideia de como seriam e, segundo ele, a organização do evento prestou todo o apoio possível.
Segundo eles, a inspiração vem de todos os lados: música, política, filmes e diferentes lugares podem ser introduzidos na arte de rua.
"Tudo aquilo que vivo, presencio, e muitas vezes me incomoda, acaba se tornando conceito de algum trabalho meu", notou Finok, pseudônimo utilizado por Raphael Sagarra.
A exposição principal da Bienal no Manezh ficará aberta ao público até 9 de setembro e em outros centros de exposição — até 18 de janeiro, para que os visitantes criem sua própria opinião sobre as ideias e conceitos dos artistas e organizadores. As primeiras opiniões são perceptíveis: a cooperação entre países em diferentes áreas é imensa, inclusive na cultural.