Para Luiz Araújo, presidente nacional do PSOL, a saída de Dilma tem três grandes significados.
"O primeiro é um retrocesso na frágil democracia brasileira, ainda limitada, formal e dominada pelo poder econômico. Tivemos uma presidente eleita, fizemos oposição não somente a Dilma como ao Lula por discordar do seu programa econômico e da conciliação com setores da elite governamental, mas ao ter a ameaça do impeachment sem provas, um golpe institucional, estivemos nas ruas contra esse golpe."
Em segundo lugar, de acordo com Araújo, o afastamento da presidente é o fim de um ciclo político de um tipo de governo de esquerda que "considerou que era possível governar conciliando interesses inconciliáveis".
"Em terceiro lugar, é o início de um grande retrocesso de direitos sociais. O grande nó que precisa ser desatado é que a elite brasileira está aproveitando fim desse ciclo para fazer um ajuste de contas com a Constituição de 1988 e retirar direitos sociais que levaram muita luta para conquistá-los."
Na visão do presidente do PSOL, há um um risco muito grande, com uma maioria parlamentar sólida, mesmo que fisiológica, de ser aprovada o fim da vinculação de recursos para educação e saúde por 20 anos, o que significa drenar recursos da área social para o mercado financeiro e os credores da dívida.
"Foi um dia triste para a democracia e os direitos, mas é um dia também que inicia uma nova etapa de luta que continua por todos aqueles que não querem perder direitos."