Maria Casé, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), diz que a disposição dos trabalhadores do campo é não dar um minuto de trégua à gestão Temer na defesa dos direitos que foram adquiridos ao longo dos últimos anos.
"Esse circo é o nome que a gente pode usar para definir esse momento histórico. Não estamos tristes só pela Dilma não, que converteu a vida dela numa militância aguerrida. Ela se converteu em uma guerreira dessa pátria. Estamos tristes pela história vergonhosa, a página vergonhosa que se constrói nessa nação nesse dia de hoje. As futuras gerações terão que lutar muito para apagar, ainda que seja com sangue, essa página maldita e obscura que foi escrita hoje."
Casé diz que o sentimento de triste com o afastamento de Dilma da presidência vai se transformar em ações.
"Embora tristes, já estamos afiando nossas ferramentas. Não pensem os golpistas que vão nos escorraçar para a senzala de volta porque não vamos. Não vamos aceitar ser atropelados, ser massacrados, violentados. Nós experimentados o início do gosto bom da dignidade, de viver mais ou menos bem, e vamos continuar lutando, querendo, desejando e construindo uma dignidade plena."
A integrante do MPA garante que essa disposição só vai aumentar na medida em que o novo governo tente impingir à sociedade a retirada de direitos adquiridos.
"Não vamos aceitar nenhum retrocesso, e não vai ter arrego. Não pensem que vamos baixar as cabeças, porque lutadores e lutadoras no Brasil têm muito, no campo e na cidade. Golpistas têm poucos, embora eles se fechem dentro das paredes do Senado tentando parecer os deuses do Olimpo, eles não são. Nos levantaremos em milhões e vamos lutar até o fim, até que essa pátria esteja livre de cada golpista, de cada fascista, de cada machista e cada racista."