Apesar de dispor de maior apoio no Congresso Nacional, em comparação a Dilma, na opinião de especialistas, Temer precisará manter sua base parlamentar em cenários de ajuste fiscal e Operação Lava Jato.
Para Débora Messenberg, socióloga política da Universidade de Brasília (UnB), o mandato de Temer será "dificílimo", se dará em um país dividido, sem o respaldo de uma eleição e mergulhado numa crise econômica internacional. "Aqueles que o apoiaram, seja no Parlamento, seja no âmbito dos interesses privados, vão pedir a conta” – diz Débora.
Já para o cientista político Cristiano Noronha, vice-presidente da empresa de análise política Arko Advice, destacou a possível necessidade de implementação de algumas mudanças do ponto de vista da reforma política, para evitar que o cenários como impeachment voltem a acontecer. Para ele, Temer navegará em águas mais tranquilas que Dilma, mas nem por isso terá dois anos fáceis pela frente, precisando dar andamento ao ajuste fiscal em meio a novos capítulos da Operação Lava Jato.
“Novas delações premiadas vêm aí. Novos políticos podem ser envolvidos e não se sabe qual partido será atingido. Isso é um fator de instabilidade grande” – completou o cientista político.