O documento contrasta com a nota oficial de congratulação enviada pelo presidente Maurício Macri ao presidente Michel Temer, antes de seu embarque para a China, onde participa, neste fim de semana, das reuniões de cúpula do G20. Embora tenha derrotado Cristina Kirchner nas eleições de 2015, Macris ainda não conseguiu maioria no Parlamento.
Embora com divergência entre os partidos, se o afastamento de Dilma Rousseff se deu ou não por via constitucional, a nota sobre o Brasil e outra sobre o impasse político na Venezuela, foram aprovadas por maioria, com o apoio da coalização governante Cambiemos, da opositora Frente Renovadora e por partidos minoritários.
A deputada Julia Perié, do partido Frente para a Vitória, e membro do Parlamento do Mersocul (Parlasul), foi uma das parlamentares que lamentou o afastamento de Dilma
"Estamos muito tristes, porque temos trabalhado durante toda a vida para construir uma grande pátria com os dirigentes que tivemos no Brasil, Uruguai, na Argentina e Venezuela, que foram dignos representantes do povo. A presidente Dilma é uma mulher que sofreu na ditadura e que trabalhou com a dignidade dos grandes líderes. Não mereciam os brasileiros e os mais de 50 milhões de votantes, como não mereciam os países vizinhos que estão acompanhando com muita preocupação o que aconteceu com este golpe branco", disse em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil
Segundo a deputada, a presidente não estava sendo investigada por corrupção e sim por medidas administrativas.
"Muitos dos senadores que votaram para expulsá-la estão sendo processados por graves denúncias de suborno e corrupção. Estaremos muito atentos e esperançosos para que a situação no Brasil se normalize."
Júlia diz que há um grande avanço da direita na América do Sul, por isso há a necessidade por parte dos militantes populares e progressistas de se fazer uma reflexão e se manterem muito unidos.
"Aqui na Argentina a direita voltou se organizar para recuperar o poder. Ela já retomou uma boa parte e não vai se deter até tomar o restante, com os recursos naturais e com todos os direitos que conquistamos, como faz Macri em muito pouco tempo."