Itens da cultura das praias cariocas, como a bebida mate e o jogo frescobol também estarão representados na festa, em um momento que inclui ainda guarda-sóis, representando em todos os sentidos, o calor do Brasil.
A Pira Paralímpica será a mesma escultura que foi um sucesso nas Olimpíadas, esculpida pelo artista americano Anthony Howe. A única mudança desta vez é que a Pira vai ocupar o setor leste do estádio do Maracanã.
Durante o show de abertura 2.500 fantasias prometem colorir o palco do estádio. Segundo a coordenadora de figurinos da cerimônia, Silvia Aymonino a ideia é passar uma mensagem de união.
"O senso estético é do (estilista) Ronaldo Fraga, passando a mensagem Paralímpica de que todos nós podemos viver juntos. Isso vem dentro do conceito das rodas, que estará bastante presente na cerimônia."
Outro ponto da festa que promete emocionar, é a participação do maestro João Carlos Martins, de 76 anos, considerado como um dos maiores pianistas do mundo, que foi convidado para tocar no piano o hino nacional brasileiro. O maestro teve um nervo rompido e perdeu o movimento da mão direita em um acidente em um jogo de futebol em Nova Iorque. Após vários tratamentos, João Carlos Martins recuperou parte dos movimentos da mão, mas com o correr dos anos desenvolveu a doença chamada LER, causada por movimentos repetitivos e que leva ao estressamento de nervos, o que fez com que o pianista a parar de tocar. A paixão pela música, no entanto, falou mais alto e mesmo com as limitações, ele acabou criando um estilo único de tocar. O maestro disse se sentir honrado em participar das Paralimpíadas, enaltecendo o heroísmo dos paratletas.
"Não importa a idade, um convite como esse deixa você não com frio, mas com uma geladeira na barriga. Me sinto um privilegiado porque, se os atletas são heróis, os paratletas são super-heróis. E tudo isso eu farei ao lado do meu fiel companheiro, o piano."
Para o diretor criativo da cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, Marcelo Rubens Paiva, que é Cadeirante desde os 20 anos e nadador desde os seis, além de um premiado escritor com obras como o livro "Feliz Ano Velho" (1982) e a peça "E aí, Comeu?' (1998), a mensagem que se quer passar na cerimônia para o Brasil e o mundo é a da alegria, acabando com o esteriótipo do portador de deficiência ser triste e da solidariedade.
"A gente politizou nossa cerimônia, foi proposital, eu bati muito o pé. Começa com bom humor para mostrar que deficiente também ri, também se mete em situações engraçadas, para derrubar o estereótipo do tristinho. E mostrar solidariedade, que nós nos ajudamos, que as pessoas nos ajudam, por boa vontade. Durante minha vida toda, nunca ouvi alguém se recusar a me ajudar, e isto acontece com todos os deficientes. A gente desperta o que há de bom no homem.'
Segundo Marcelo Rubens Paiva, a cerimônia "Não vai ser piegas, não vai envergonhar. Você vai chorar de emoção, em alguns momentos. Vai ser quase como um truque de mágica, com muitos ‘pop-ups’, como aquele livro infantil, sabe? Com muita ilusão de ótica."