Durante a sessão de segunda-feira (12), o relator, deputado Marcos Rogério vai ter 25 minutos para falar. O mesmo tempo será dado ao advogado e ao próprio Eduardo Cunha, que disse que vai comparecer a sessão e subirá à tribuna para falar aos deputados.
A grande questão da sessão de votação é se haverá ou não quórum. Para aprovar o relatório que pede a cassação de mandato de Cunha são necessários 257 votos, em votação aberta.
O parecer do Conselho de Ética pede a perda do mandato de Cunha e o acusa de quebra de decoro parlamentar, alegando que mentiu na CPI da Petrobras a respeito da existência de suas contas na Suíça.
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia afirmou que a votação do parecer que é favorável a cassação de Eduardo Cunha só vai ser iniciada com a presença de, no mínimo, 400 parlamentares em plenário. De acordo com Rodrigo Maia, a decisão sobre o futuro de Cunha será soberana do Plenário e que conforme as questões de ordem forem surgindo, elas serão resolvidas na hora.
"Não haverá nenhuma decisão isolada minha, qualquer decisão seguirá o regimento da Casa e será sempre respaldada pela maioria do Plenário. Eu acho que em todos os casos, mas principalmente em casos como este é importante que o Plenário possa se manifestar e tomar decisões. Como é uma decisão que vai ter o acompanhamento de milhões de brasileiros é importante que cada deputado assuma sua responsabilidade desde o rito até a votação do processo."
Líderes de nove partidos assinaram um termo de compromisso garantindo presença das bancadas na sessão desta segunda-feira (12). O Deputado do Democratas, Pauderney Avelino, do Amazonas, garantiu que haverá quórum para confirmar a cassação de Cunha.
"Eles estarão todos aqui na segunda-feira (12) e votarão pela cassação do ex-presidente Eduardo Cunha. Nós precisamos virar a página chamada Eduardo Cunha, para que nós possamos voltar a ter normalidade na Casa."
Enquanto isso, os aliados de Eduardo Cunha ainda articulam votos para tentar substituir a cassação por uma pena mais branda e alternativa, que é a suspensão de mandato por três meses.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia espera que a votação do processo contra o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha termine no dia 12 de setembro para que a Casa possa votar propostas importantes para o governo, como a Reforma da Previdência que deverá ser encaminhada na forma de Proposta de Emenda à Constituição.
Nesta quinta-feira (8) o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou o pedido feito por Eduardo Cunha para suspender o processo de cassação. Por 10 votos a 1, os magistrados não verificaram irregularidades no andamento do processo na Câmara que teriam prejudicado o direito de defesa de Cunha, como alegava o deputado. O ministro Marco Aurélio Mello foi o único a votar a favor dos argumentos de Cunha.