Facebook censura foto icônica da Guerra do Vietnã e Zuckerberg é acusado de abuso de poder

© AP Photo / Nick UtGarota foge de ataque de napalm no Vietnã - foto de 8 de junho de 1972
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Mark Zuckerberg foi acusado de abuso de poder após o Facebook censurar uma das mais famosas imagens da guerra do Vietnã: a foto tirada por Nick Ut da menina Kim Phuc correndo nua em uma estrada após um ataque de napalm dos EUA em 1972.

​Na quinta-feira (8), o Aftenposten, maior jornal da Noruega, publicou uma carta aberta de primeira página ao fundador da rede social criticando a decisão da empresa de remover a foto histórica, acusando Zuckerberg, que segundo o editor do jornal, é “o mais poderoso editor do mundo”, de “abuso de poder” no comando do site que se tornou o maior distribuidor de notícias e informações do mundo.

"Estou chateado, decepcionado — bem, na verdade, até mesmo temeroso – com o que você está prestes a fazer com um dos pilares da nossa sociedade democrática", escreveu Espen Egil Hansen, autor da carta aberta e editor-chefe do Aftenposten. "Preocupa-me que o veículo mais importante do mundo está limitando a liberdade em vez de tentar estendê-la, e que isto acontece ocasionalmente de forma autoritária".

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Os comentários surgiram após o escritor Tom Egeland ter compartilhado a fotografia como parte de um post na página do jornal na rede social, no qual listou "sete fotografias que mudaram a história da guerra".

A imagem foi removida pelo Facebook e Egeland foi suspenso da rede social, após publicá-la novamente. Quando posteriormente o Aftenposten relatou o caso – com a mesma imagem em seu artigo –, ouviu do Facebook a sugestão "remover ou pixelizar" a foto.

De acordo com os algoritmos usados pela companhia, todas as imagens de pessoas exibindo genitálias ou nádegas totalmente nuas ou seios femininos totalmente nus são removidas da rede.

“Escute, Mark, isso é sério. Primeiro você cria regras que não distinguem pornografia infantil de fotografias de guerra famosas. Depois você coloca essas regras em prática sem abrir espaço para bom julgamento. Por fim, você censura as críticas e discussões sobre a decisão, e pune a pessoa que se atreve a criticar”, acusou Hansen. “A mídia tem a responsabilidade de considerar a publicação em todos os casos. Esta talvez seja uma grande responsabilidade. Cada editor deve pesar os prós e contras. Esse direito e dever, que todos os editores no mundo têm, não podem ser minados por algoritmos codificados no seu escritório na Califórnia”.

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