Segundo afirma Wadih Damous, adversário político de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em entrevista exclusiva à Sputnik, os aliados de Eduardo Cunha estariam tentando "aplicar uma pena intermediária entre a absolvição e a cassação do seu mandato". Para o parlamentar petista, somente na hora da votação é que se saberá como os deputados irão se comportar em relação a Cunha:
"O cenário neste momento é inteiramente desfavorável a Eduardo Cunha. O Brasil tem a expectativa de que ele terá o mandato cassado, mas neste momento é impossível antecipar qualquer resultado. Nós estamos às vésperas das eleições municipais de 2 de outubro, e há muitos interesses envolvidos nestas eleições. Uma eventual absolvição de Eduardo Cunha pela Câmara poderá se refletir de modo desastroso para os deputados que votarem contra a cassação do seu mandato. Posso assegurar que a opinião pública estará muito atenta à esta votação."
Wadih Damous admitiu ainda que a presença de Eduardo Cunha em Plenário, para reforçar sua própria defesa além das manifestações dos seus advogados, poderá influenciar no ânimo de alguns deputados porventura indecisos:
"É sabido que o Eduardo Cunha tem uma clientela muito grande na Câmara e que há inúmeros deputados aos quais ele sempre apoiou em todos os sentidos. É provável que a presença de Cunha provoque este efeito intimidatório. Mas temos de esperar pela votação."
Eduardo Cunha responde a processo por quebra de decoro parlamentar, um processo de iniciativa de parlamentares do PSOL e da Rede Sustentabilidade ainda no mês de outubro de 2015. Ele é acusado de mentir à CPI da Petrobras ao negar ser titular de contas bancárias no exterior. Segundo Cunha, ele é apenas beneficiário de tais contas, administradas por um trust (grupo de gestão financeira).