O cientista político e pesquisador do Instituto Atlântico, Augusto Cattoni, é um dos que está convicto que Cunha não vai escapar ileso da sessão desta segunda-feira, 12. E traça um paralelo com a votação no Senado que culminou com a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Acho compreensível que Dilma e Cunha tenham exercido o poder juntos e tenham caído juntos também. Acho inevitável que Cunha vá cair, mas acho que isso é coisa do passado. Hoje, muito mais importante do que a queda do Cunha é a ascensão da Carmen Lúcia na presidência do Supremo. Isso, sim, é uma notícia relevante."
Cattoni prevê que, se Cunha fizer a delação premiada, muita gente deve cair.
"Mas não sinto pena dessa gente, não. Todos estão com o rabo preso, a banda dos 300 picaretas que tinham no Congresso de que falou o Lula. Seria bom, porque as eleições de 2018 vão reeleger todo mundo."
Ainda assim, o cientista político faz uma observação.
"Conhecendo a podridão do sistema político brasileiro, é bem possível que um ou outro seja reeleito. A minha esperança é que uma reforma política seja feita e que diminua o número de partidos e essa subvenção que o Estado dá aos partidos políticos. Se acabar com isso já, será um grande avanço para o Brasil."