No relatório apresentado pelo Deputado Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Cunha é apontado como titular de pelo menos cinco contas bancárias em instituições financeiras da Suíça, fato que o parlamentar fluminense insiste em negar, dizendo ser apenas "beneficiário" delas.
Para que Eduardo Cunha tenha o seu mandato cassado, são necessários 257 votos do total de 513 deputados da Câmara. Dentre estes, apenas Cunha não poderá votar, por estar com o mandato suspenso por decisão do Supremo Tribunal Federal. Cunha, no entanto, prometeu aos aliados estar presente à sessão.
Aliado de Eduardo Cunha, o Deputado Carlos Marun (PMDB-MS) defende uma pena mais branda para o colega, conforme declarou em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil:
"Defendo para o Deputado Eduardo Cunha uma suspensão de três a seis meses do seu mandato como parlamentar", diz Marun. "A cassação do seu mandato é uma medida extrema que só se justificaria mediante a apresentação de provas robustas contra o deputado – de que ele cometeu crimes efetivamente documentados."
O parlamentar de Mato Grosso do Sul acrescenta:
"A rigor, todo mandato eletivo emana do povo. O povo elegeu seus representantes e somente ao povo compete cassar seus mandatos. Em casos excepcionais, delega-se esta função ao Congresso Nacional, o que é o caso em tela. No caso de Eduardo Cunha, o que temos? Acusações e denúncias, sem profunda base legal, revestidas de notícias, mentiras e fatos que, para mim, revelam-se muito mais como resultado de omissão e não de uma deliberação por parte do deputado de querer enganar seus pares. Quando Eduardo Cunha diz que é tão-somente beneficiário de um trust financeiro, ele não está faltando com a verdade. Simplesmente, ele deixou de prestar esta informação no momento oportuno. Portanto, não vejo motivo para cassação de mandato e entendo que ao Deputado Eduardo Cunha devem ser proporcionadas todas as oportunidades de defesa, mantendo-se sua investidura como parlamentar."