Eduardo Cunha afirma ainda que foi vítima de uma vingança política, e alega que o resultado da votação no plenário retrata à pressão da mídia e ao efeito da eleição municipal sobre os parlamentares que não quiseram se arriscar a perder votos dos eleitores.
"Eu fui vítima de uma vingança política perpetrada no meio do processo eleitoral. A verdade é que há uma pauta em que o presidente da Casa, apoiado pelo governo, se associou ao PT: (a pauta) era me cassar e conseguiu entregar minha cabeça. Só faz delação quem é criminoso. Eu não sou criminoso, então não tenho que fazer delação. Eu vou escrever um livro do impeachment. Vou contar diálogos com todos os personagens que participaram de diálogos comigo, com relação ao impeachment. Todos, todos, todos, todo mundo que conversou.”
Ainda entre os faltosos estão os deputados do Centrão, grupo com 13 partidos liderados por PP, PSD, PR e PTB, considerados como principal base de apoio de Cunha na Câmara. Nem os aliados mais próximos à Cunha, como os deputados Aelton Freitas (PR-MG) e Jovair Arantes (PTB-GO) compareceram à votação.
Ainda faltaram à sessão de cassação, os deputados Toninho Wandscheer (PROS-PR) e Marcelo Matos (PHS-RJ), pois estavam licenciados por problemas de saúde.
Após a cassação, o único deputado a defender Cunha abertamente foi o Carlos Marun (PMDB-MS), que reafirmou que a cassação tem como base a vingança política.
"O STF era o fórum adequado para que a acusação apresentasse as suas provas, a defesa apresentasse seus argumentos e que se chegasse a um veredito isento desse clima aqui, que é de desejo de vingança, a inveja."
Com a cassação do mandato, Eduardo Cunha fica inelegível pelos próximos oito anos.