Ex-oficial da OTAN: ataques de drones a partir da Alemanha violam direito internacional

© AFP 2023 / JEAN-CHRISTOPHE VERHAEGENA entrada da base aérea americana na Alemanha de Ramsteia, 17 de janeiro de 2016
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Ramstein é a base mais conhecida dos EUA na Europa. Aqui eram coordenados os voos dos drones e partir dela foram realizados voos para o Iraque. Jochen Scholz, ex-oficial da Força Aérea da Alemanha e funcionário em vários órgãos da OTAN, considera estas bases como ilegítimas de ponto de vista do direito internacional.

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O ex-oficial alemão esclarece que a instalação de bases militares americanas na Alemanha pode ser explicada pelo simples fato de que a partir da Alemanha é possível realizar operações de grande escala na direção do leste e do sudeste. Por exemplo, a partir de território alemão foram realizados ataques durante a guerra no Iraque em 2003.

Na base americana de Ramstein, de acordo com Scholz, se encontra uma estação de retransmissão de sinais dos satélites para os locais onde se encontram os drones. O "piloto" está nos EUA, o sinal passa ao satélite que o comunica a Ramstein, e de lá ele é retransmitido mais adiante. Isto é necessário devido a curvatura do globo terrestre.

Se bem que Scholz não dispõe de informações precisas, ele disse que destas bases também podem ser realizados voos de observação e espionagem.

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Falando da questão de legitimidade do lançamento de drones da Alemanha para outros países, o ex-oficial ressalta que isto viola o direito internacional porque, por exemplo no caso do Afeganistão, os EUA não estão em estado de guerra e os assassinatos que resultam destes lançamentos ocorrem fora das margens da lei. Scholz destaca que, mesmo sabendo tudo isso, o governo federal da Alemanha até hoje não interveio nisso.

Ele também frisa que por falta de vontade política, ou mesmo de oportunidade, devido à pressão dos americanos, não foi possível acabar com a presença das tropas dos EUA no país, "não há nenhuma discussão sobre a redução" do número de bases americanas na Europa.

"A crise na Ucrânia não surgiu do nada; o problema é que a União Europeia, por causa do acordo de associação, se transformou em ajudante dos EUA. Disseram à Ucrânia que ela tinha que escolher entre a União Econômica Eurasiática com a Rússia e, no longo prazo, a adesão à UE. Nós assistimos a esse processo. Isso foi uma política deliberada para qual contribuiu a Comissão Europeia", disse Scholz.

Respondendo à questão hipotética se, no caso de ataque da Rússia contra a Europa, as bases americanas iriam defendê-la, Scholz disse o seguinte:

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"É uma pergunta hipotética. A Rússia se trairia a si mesma, se atacasse os países europeus. As bases dos EUA existem para os americanos terem capacidade de intervir em todos os conflitos no Oriente Médio. E essa ideia de segurança é destinada sobretudo para a opinião pública. É claro que o governo federal sabe que a ameaça não vem de nenhum lugar, se a Europa, onde está a maioria dos países-membros da OTAN, fosse atacada. É absolutamente absurdo."

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