A nota foi vazada um ano depois da sua publicação.
O documento elaborado pelo conselheiro de defesa psicológica da Estônia e coordenador de comunicações do governo Ilmar Raag avisa sobre a possibilidade de um "cenário de Donbass" e de um "cenário de Irlanda do Norte" no município nordeste de Ida-Viru ou Ida-Virumaa, na fronteira com a Rússia.
A nota supõe que 60 mil pessoas de uma população de 150 mil assistiriam o conflito de forma passiva, enquanto cerca de 1,5 mil pessoas poderiam participar de forma ativa do conflito.
Segundo o cenário de "Irlanda do Norte" a nota afirma que um "confronto ideológico" pode ser provocado por "uma forte rede terrorista local de 200 pessoas apoiada do exterior".
O documento diz que a crise na região pode ser provocada também pela situação social pouco favorável porque tem um alto nível de desemprego e criminalidade. Os autores destacaram também que os residentes da região são leais à Rússia.
Estas informações provocaram discussões na mídia local e da Rússia.
O diretor-geral do Departamento da Polícia e de Guardas-Fronteiriços, Elmar Vaher, disse ao jornal nacional Eesti Ekspress que o seu departamento tem estudado o cenário de "uma invasão pelos pequenos homens verdes".
O membro do parlamento estônio Andres Ammas disse ao Baltic News Service que a nota pode ser interpretada como o governo vendo os residentes do município de Ida-Virumaa como terroristas potenciais e por isso estar planejando alguma repressão na região.
Entretanto, o deputado pela região no parlamento, Mikhail Stalnukhin, disse ao jornal online russo Vzglyad que os autores da nota já foram chamados de paranoicos.
Ele disse que não há condições prévias para repetição do cenário de Donbass na Estônia, mas algumas organizações exploram o cenário da ameaça russa.
O político afirmou que este vazamento pode ser uma provocação contra os residentes falantes de russo e os políticos pro-russos na Estônia.