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'Provem uma corrupção minha que eu irei a pé ser preso', diz Lula

© Roberto Parizotti /CutLula emocionado durante discurso
Lula emocionado durante discurso - Sputnik Brasil
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou nesta quinta-feira (15), contra a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF), o acusando de ser o 'comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Operação Lava Jato.

Lula, ex-presidente do Brasil - Sputnik Brasil
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Na denúncia do MPF, Lula, sua esposa Marisa Letícia e mais seis pessoas são acusadas por crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Na coletiva que aconteceu no início da tarde desta quinta-feira (15) para à imprensa nacional e internacional em um hotel, em São Paulo, Lula afirmou emocionado, que uma das coisas que ele sente orgulho é poder andar de cabeça erguida pelo país, e  se ficar comprovado que ele está envolvido em algum esquema de corrupção, ele mesmo irá a pé se entregar à Polícia.

"Respeito as instituições, respeito a lei. Vou prestar quantos depoimentos forem necessários. Podem me chamar, que eu estarei lá, porque se tem uma coisa que eles tem que aprender, é que eles não estão habituados com o cidadão. A única coisa que tenho orgulho, é que eu conquistei o direito de andar de cabeça erguida nesse país. Provem uma corrupção minha, que eu irei a pé para ser preso."

Lula iniciou seu discurso dizendo que não ia se comportar como um ex-presidente da República, como um homem perseguido ou como se estivesse reivindicando algum favor, mas que estava ali para dar uma declaração como um cidadão indignado com as coisas que aconteceram e que estão acontecendo no país. 

Após fazer um breve histórico de sua jornada política e dizendo que durante todo esse período teve sua vida fiscalizada, o ex-presidente criticou a atuação do Ministério Público Federal na coletiva de imprensa desta quarta-feira (15) foi de criar um circo pirotécnico, para dar manchete na mídia.

"Hoje, nós vivemos um momento no Brasil em que a lógica não é mais o processo, os autos do processo, a lógica é a manchete. Quem é que nós vamos criminalizar pela manchete? Quem é que nós vamos demonizar? E está acontecendo isso desde 2005. O PT é tido como um partido que tem que ser extirpado da história política brasileira. Foi assim que eles fizeram com o Partidão, na década de 1950, e assim eles querem fazer com o nosso partido, assim querem fazer comigo, assim fizeram com a Dilma, a tirando do governo. Como é que você convoca uma coletiva, gastando o dinheiro público no hotel, montando uma estrutura para apresentar a prova de um crime, e dizem não tem um crime, eu tenho convicção."

No discurso, Lula nega qualquer crime e diz que está com a consciência tranquila e tenta levar as acusações com bom humor.

"Todas essas denúncias, tenho a consciência tranquila, e mantenho o bom humor, porque me conheço, sei de onde vim, sei para onde vou, sei quem me ajudou a chegar onde estou, sei quem quer que eu saia, sei quem quer que eu volte."

Lula fez questão de dizer que quando ele transgredir a lei, que ele seja punido para servir como exemplo, mas que não inventem mais mentiras, pedindo ainda que respeitem a sua família.

"Eles inventaram que eu tinha uma coisas que eu não tenho. Se não sabem como dizer, peçam desculpas ao Lula, não é feio pedir desculpas a um presidente. Eu peço desculpas sim, a palavra desculpa é nobre, mas não continuem tentando inventar coisas para justificar a primeira mentira. É a única coisa que eu peço, e por favor respeitem a minha família."

O ex-presidente encerrou dizendo que não vai parar de lutar, e enganam-se aqueles que acham que ele está desanimado.

"Companheiros não pensem que eu estou desanimado ou sofrido. Eu estou orgulhoso de saber que a perseguição a mim é por causa das coisas boas, que nós conseguimos fazer nesse país."

As declarações de Lula contra a denúncia do Ministério Público Federal foram acompanhadas pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil Jacques Wagner, o senador Humberto Costa (PT-PE), a senadora Gleise Hoffmann (PT-PR), o presidente da CUT, Vagner Freitas, o deputado Vicentinho (PT-SP) e o ex-senador Eduardo Suplicy, além de outras lideranças do PT, e representantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), da CUT (Central Única dos Trabalhadores) também marcam presença e da UNE, União Nacional dos Estudantes.

Antes do discurso de Lula, o presidente do PT, Rui Falcão leu nota do Direitório Nacional do Partido dos Trabalhadores, que se reuniu na manhã desta quinta-feira (15), em São Paulo. 

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirma que a denúncia, sem provas, conspira contra a legalidade, e que ela torna "evidente" a participação do grupo dos procuradores na retirada de Dilma do poder. 

Rui Falcão criticou ainda a "criminalização" do PT e a tentativa de retirar do poder os governos do poder. O presidente do PT critica também a manipulação da mídia.

Na nota, "o Partido dos Trabalhadores repudia a ação do o procurador da  República Deltan Dallagnol, coordenador da Força Tarefa da Operação Lava Jato, cujo libelo, desprovido de provas e  politicamente orientado, desrespeita direitos e garantias constitucionais, conspira contra a ordem democrática, estando a exigir providências legais contra sua parcialidade", diz o documento.

A nota ainda conclama, "todos os democratas a resistirem, cada vez com mais intensidade e mobilização, a manobras dessa natureza, que atentam contra a liberdade e a soberania popular."

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