Para David Zee, oceanógrafo, engenheiro ambiental e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o alerta dos pesquisadores norte-americanos, publicado na revista “Science”, é mais do que oportuno. Em entrevista à Sputnik, o Dr. Zee destacou:
"Este é um aviso da maior seriedade em relação ao descontrole das ações humanas sobre os ecossistemas marinhos. O homem já provocou grandes danos nos oceanos e nos ambientes marinhos, e as suas ações são, a cada dia, mais devastadoras, com reflexos visíveis para a vida animal."
David Zee diz ainda que a conquista marinha pode e deve ser feita, mas "o importante é que ela seja feita com cuidado e conhecimento, para não prejudicar a fauna e todo o conjunto ambiental dos mares e oceanos".
"Há alguns anos, esta devastação acontecia em terra, em espaços terrestres, causando grandes impactos à fauna e à flora", acrescenta o oceanógrafo da UERJ. "O mesmo está acontecendo agora no meio ambiente marinho. Daí a importância destes alertas dos cientistas e pesquisadores de Connecticut. É preciso que todas as ações humanas em ambientes marinhos sejam feitas com cautela, cuidado, planejamento e, principalmente, que haja vontade política para deter a expansão dos danos. Nós temos um exemplo claro no Brasil da devastação provocada pelas ações humanas no ambiente marinho. É a baía de Guanabara, no Estado do Rio de Janeiro. Até pouco tempo, era muito comum vermos colônias de golfinhos nadando nas águas da baía. Pois bem, estes animais praticamente sumiram da região, porque não encontram mais ambiente adequado, alimentação e oxigênio. Na baía de Guanabara, só restou poluição."
Para os pesquisadores de Connecticut, a degradação marinha atingiu um ponto tal que já se pode mencionar o risco de uma nova grande extinção. De acordo com os cientistas americanos, a Terra já assistiu a cinco grandes extinções, as chamadas Big Five, começando pela dos dinossauros. A sexta grande extinção poderá ser a dos grandes animais marinhos. E, de acordo com o Professor David Zee, ainda pode ocorrer uma sétima extinção, a da própria humanidade. Por isso, diz o ambientalista, "o ser humano tem de se preocupar com a poluição e a degradação ambiental, mas, acima de tudo, tem de estar muito atento às ações dos demais seres humanos".