Rússia prefere 'lidar com diabo que conhece': EUA analisam acordo russo-americano

© REUTERS / Kevin LamarqueLavrov e Secretário de Estado dos EUA Jogn Kerry durante conferência de imprensa em Genebra
Lavrov e Secretário de Estado dos EUA Jogn Kerry durante conferência de imprensa em Genebra - Sputnik Brasil
Nos siga no
Perante os comentários e previsões referentes ao recém-anunciado cessar-fogo na Síria, a empresa de inteligência privada dos EUA Stratfor apresentou sua própria visão do acordo russo-americano.

Na sexta-feira passada (9), a Rússia e os EUA anunciaram ter chegado a um acordo que visa intensificar sua cooperação na questão síria e cessar as hostilidades no país a partir de 12 de setembro.

Forças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad se dirigindo ao complexo militar, depois de terem tomado áreas a sudoeste de Aleppo que os rebeldes invadiram no mês passado. Imagem cedida pela Agência Árabe Síria de Notícias em 5 de setembro de 2016 - Sputnik Brasil
Rússia está disposta a prorrogar o cessar-fogo na Síria para 72 horas
Segundo a Stratfor, "enquanto apenas quatro meses restam até ao fim do mandato do presidente Barack Obama, há pouco tempo para os dois rivais fazerem progressos […] antes de se prepararem para começar de novo com a nova administração", revela o artigo publicado no site da Stratfor.

Segundo o artigo, os EUA e a Rússia "tentam obter progressos significativos […] antes de Obama sair".

A Rússia, segundo a Stratfor, "tem interesse em lidar com o 'diabo que ela conhece' antes de um parceiro desconhecido assumir o poder em Washington".

Porém, a edição sinaliza alguns eventuais problemas no que diz respeito ao término de hostilidades na Síria.

"Embora sua agenda na Síria possa coincidir em muitos aspetos com a da Rússia, os EUA terão tempos difíceis pela frente em isolar os grupos rebeldes que eles se propõem atacar em conjunto com a Rússia", escreve.

Outra sugestão da Stratfor é que a Turquia continuará focada em limitar a expansão dos curdos e usará o cessar-fogo na Síria como oportunidade para fortalecer os grupos rebeldes que apoia.

Combatentes da República Popular de Donetsk - Sputnik Brasil
Kiev esconde armas na proximidade da linha de contato com Donetsk apesar do cessar-fogo
Segundo Stratfor, "o cessar-fogo é um passo pequeno, mas necessário para acabar com qualquer conflito."

O autor do artigo crê que "um acordo semelhante está começando a ganhar forma em outro palco de confrontação entre Moscou e o Ocidente."

Dizendo isso, o autor se refere ao cessar-fogo que foi anunciado unilateralmente pelos chefes das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk no sudeste da Ucrânia na terça-feira e que entrou em vigor na quarta-feira (14). Esse anúncio é percebido como o passo mais significativo feito desde o início do conflito ucraniano.

Ruínas no território de escolas militares libertadas dos terroristas, Aleppo, Síria (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
EUA tentam ocultar que não respeitam cessar-fogo na Síria
Cabe notar que na quarta-feira, durante sua visita a Kiev, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha Frank-Walter Steinmeier disse que a "Ucrânia garante o cumprimento do cessar-fogo na região leste de Donbass, devastada pela guerra, durante sete dias pelo menos".

A Stratfor sugere que "Moscou e Washington alcançaram um ponto crucial nas suas negociações sobre a Síria e Ucrânia".

Porém, na quinta-feira o porta-voz do presidente russo Dmitry Peskov disse que Moscou não assumiu nenhum compromisso para cessar as hostilidades na Ucrânia porque a Rússia não é parte do conflito.

Moscou tem anunciado repetidamente que não está envolvida nos acontecimentos no leste da Ucrânia, mas que defende a mais rápida solução da crise política e econômica no país.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала