As autoridades militares dos EUA reconheceram a responsabilidade pelo bombardeio contra posições do Exército sírio neste sábado (17) — ataque que matou 80 soldados e abriu caminho para uma grande ofensiva do Daesh contra as forças do governo Assad —, mas alegaram que o alvo pretendido eram os jihadistas.
BREAKING: US CENTCOM statement on alleged US airstrike which allegedly killed many SAA in Deir Ez-Zour. — @lrozen pic.twitter.com/O1yCgQ2Ex3
— Conflict News (@Conflicts) 17 сентября 2016 г.
O Ministério da Defesa russo imediatamente criticou os EUA pelo ataque letal, observando que o Daesh aproveitou a situação para se engajar em uma grande ofensiva contra as posições bombardeadas do regime de Assad.
"Se este ataque aéreo foi realizado devido a um erro nas coordenadas do alvo, trata-se de uma consequência direta da relutância da parte dos EUA em coordenar suas ações contra grupos terroristas com a Rússia", disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, major-general Igor Konashenkov.
O ataque de hoje ameaça minar o delicado regime de cessar-fogo, com o governo sírio questionando se o acordo não fornecerá aos terroristas do Daesh a oportunidade de se reagruparem, bem como se os rebeldes vão seguir o arranjo.
No entanto, o ataque também destaca a importância do acordo de cessar-fogo e a necessidade de os Estados Unidos e a Rússia coordenarem seus eforços de inteligência.
No comunicado, o Comando Central diz que "as forças da coalizão acreditavam que estavam atacando uma posição de combatem do Daesh que elas vinham rastreando por uma quantidade significativa de tempo antes do ataque. O ataque aéreo da coalizão foi interrompido imediatamente quando as forças da coalizão foram informadas por oficiais russos de que era possível que o pessoal e os veículos alvejados eram parte do exército sírio".
A declaração segue sugerindo que a Rússia seria de alguma forma culpada pelo incidente que matou os 80 soldados sírios porque os EUA teriam “informado anteriormente as contrapartes russas sobre o ataque iminente".
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia negou que os EUA tivessem alertado Moscou sobre a operação perto de Deir ez-Zor.