"Não podemos fechar os olhos para as causas profundas desses fenômenos. Somente a solução negociada de crises políticas e um desenvolvimento que seja para todos, prevenirão o deslocamento forçado de grandes contingentes de pessoas. Sejamos claros, fluxos de refugiados são o resultado de guerras, de repressão, do extremismo violento, não são a sua origem."
Temer chamou a atenção que acolher os refugiados é uma responsabilidade que deve ser compartilhada pelos países.
"Temos plena consciência, que o acolhimento de refugiados é uma responsabilidade compartilhada. Estamos engajados em iniciativas de reassentamento de refugiados de nossa região, com especial atenção para mulheres e crianças. Em nosso país, mesmo antes do reconhecimento de sua condição migratória. Os refugiados tem acesso tem acesso universal a emprego e a serviços públicos de educação e saúde, e trabalhamos com as nações unidas para assegurar a agilidade aos procedimentos de concessão desse status. Também com nossos irmãos latino-americanos estamos empenhados em múltiplas iniciativas em favor dos refugiados."
O presidente destacou ainda que Brasil está estudando uma nova lei que garanta os direitos e facilite a inclusão de refugiados no país.
"Em nosso Parlamento encontra-se já em estágio avançado uma nova lei de migrações. O nosso objetivo é garantir direitos, facilitar a inclusão e não criminalizar a migração. Nossa lei de explorar sobre o visto humanitário, instrumento já utilizado em favor de quase 85 mil cidadãos haitianos após o terremoto de 2010 e 2.300 pessoas afetadas pelo conflito na Síria."
Michel Temer também falou sobre a importância dos imigrantes na construção e no desenvolvimento do Brasil, e apesar do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) afirmar que 8.800 refugiados vieram ao Brasil nos últimos tempos por conta de guerras, especialmente vindos da Síria, Angola, Colômbia, República Democrática do Congo e Palestina, o presidente disse que nos últimos anos o Brasil recebeu mais de 95 mil refugiados, de 79 diferentes nacionalidades.
"O Brasil, é um país que se ergueu com a força de milhões de pessoas de todos os continentes. Valorizamos a nossa diversidades. Os imigrantes deram e continuam a dar contribuição significativa para o nosso desenvolvimento. Mais do que isso não parte essencial da nossa própria identidade. Nas Olimpíadas e Paralimpíadas no Rio tivemos a honra de receber a primeira delegação de refugiados a competir nos Jogos. O Brasil nos últimos anos aliás, recebeu mais de 95 mil refugiados de 79 diferentes nacionalidades."
De acordo com a ONU, atualmente, existem mais de 65 milhões de pessoas em deslocamento e refugiados no mundo, por causa da existência de guerras e conflitos armados.
Nesta terça-feira (20), Michel Temer vai abrir a 71ª Assembleia Geral da Organização da ONU. Como já é tradição desde 1947, quando o discurso inaugural foi realizado pelo brasileiro Osvaldo Aranha, na época chefe da delegação brasileira nas Nações Unidas, caberá ao Brasil nesta terça-feira (20) abir a assembleia.