Os exercícios navais russo-chineses Cooperação Marítima tiveram maior ressonância política que os dos anos anteriores. Eles foram realizados no contexto de agravamento do conflito no mar o Sul da China. Pouco antes dos exercícios, o presidente russo Vladimir Putin manifestou o apoio à posição da China relativamente à decisão da arbitragem internacional que deu razão à queixa das Filipinas contra a China.
O especialista militar russo Vasily Kashin ressaltou, na sua entrevista à Sputnik, que os exercícios foram realizados longe das áreas disputadas no mar o Sul da China, ao longo da costa de Guangdong. No entanto, as manobras foram objeto de comentários contraditórios e fortemente ideológicos. Alguns observadores políticos, especialmente no Sudeste Asiático, começaram expressando receios de que a Rússia teria intenção de intervir no mar do Sul da China ao lado dos chineses. Mas a Rússia não tem intenção de aderir a qualquer posição sobre a disputa no mar do Sul da China, e a crítica russa era dirigida apenas contra a interferência de "potências extrarregionais". A Rússia mantém laços militares e técnico-militares ativos com o Vietnã, que é também uma das partes da disputa territorial.
De acordo com Vasily Kashin, os exercícios deste ano continuaram a tendência de aumento da complexidade das tarefas militares conjuntas e de melhoramento das capacidades de interoperabilidade. Os exercícios envolveram dois submarinos da Marinha chinesa, que simularam o inimigo, permitindo que os marinheiros dos dois países praticassem uma tarefa tão difícil como é a defesa antissubmarina. Foi realizado um grande número de exercícios de tiro e um desembarque conjunto de treinamento em uma ilha.
Os exercícios deram, concluiu o especialista russo na área militar Vasily Kashin, um impulso importante para melhorar as capacidades da Rússia e da China em dar uma resposta conjunta às crises do mundo.