Em seu discurso, o presidente afirmou que diversas medidas estão sendo tomadas para garantir a retomada do crescimento econômico, como as reformas da Previdência e a trabalhista, e que o Programa de Parcerias de Investimento (PPI) prevê a concessão em áreas como portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, energia, óleo e gás entre 34 setores.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o presidente do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL), Ingo Plöger, disse que o presidente está certo na argumentação apresentada aos investidores internacionais, mas muito ainda precisa ser feito para que esses capitais venham de fato para o país.
"O Brasil demonstrou, dentro da maior tempestade pela qual já passamos, que a instabilidade institucional foi extraordinária. São poucos os países que tiveram suas instituições tão testadas quanto as nossas, sejam no Congresso quanto na parte jurídica. Independentemente de todos os resultados, passamos pelo teste. Em segundo lugar, ele demonstra que o Brasil tem uma potencialidade e que, dentro de uma reversão de expectativas, podemos ter uma retomada muito forte."
O mais importante, na visão de Plöger, porém, é mostrar para o investidor, de forma clara, o que mudou.
"Mudou talvez a forma das propostas, bem mais próximas ao mercado e mais interessantes em termos de rentabilidade. A expectativa é que as reformas sejam realizadas em um tempo rápido. Aquilo que o Macri (Mauricio Macri, presidente da Argentina) já conseguiu colocar dentro do Congresso em várias áreas nós ainda temos que fazer. Temos que colocar a reforma previdenciária e a trabalhista muito rapidamente dentro do Congresso para que possamos criar esse ambiente tão favorável. A reforma política é fundamental. É isso que o Congresso tem que entender por mais por mais impopular e difícil que seja. A sociedade brasileira precisa disso."
O presidente do CEAL diz que o Brasil tem perspectivas, sabe fazer as coisas de maneira correta, mas isso só não basta.
"Segurança jurídica a gente tem, mas isso não é suficiente. Necessário é criarmos as condições de atratividade. A avaliação das agências de risco vai se refletir no custo do investimento. Esse é um trabalho de reputação. O Brasil precisa recuperar sua reputação. O investidor é como nós pessoas físicas. Quando você está dentro de uma situação, você tem uma percepção. Se ela é negativa, a sua perspectiva se torna retraída e a ação se torna muito refratária. Se a sua perspectiva é melhor, você começa a arriscar, fazer compras."