Segundo o autor do artigo, Matthew Karnitschnig, nem um dia escapa dos comentários de algum alto político europeu expressando sua preocupação com possível vitória do presidenciável Trump nas eleições.
Segundo ele, "os lados negativos da influência dos EUA" são o que unem os políticos da Europa.
Em primeiro lugar, os europeus expressam descontentamento com a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, sigla em inglês) entre os EUA e a UE que está no limbo há já alguns meses. Os adversários a este acordo utilizam tal ferramenta para aumentar a influência de empresas americanas na Europa. Ao mesmo tempo Trump opina que tais acordos prejudicariam trabalhadores americanos.
Em segundo lugar, enquanto Trump se opõe à OTAN, muitos políticos europeus são a favor de um exército da UE. O bilionário sempre se mostrou descontente com o fato de que a Europa é dependente dos EUA quando diz respeito questões de defesa.
A terceira razão estaria ligada ao vasto programa de vigilância que os EUA usam em relação a todos. Por exemplo, as revelações de Edward Snowden mostraram que ninguém é capaz de escapar da Agência de Segurança Nacional dos EUA, até mesmo a chanceler alemã, Angela Merkel, foi vítima.
Como mais uma razão, o autor do artigo indica o seguinte: se Trump chegar a ser presidente, isso poderá ser uma oportunidade conveniente para limitar a influência dos bancos americanos sobre a UE.
Karnitschnig conclui que a maior parte dos europeus nunca concordou com as alegações de Washington sobre supremacia excepcional dos EUA e a vitória de Trump nas eleições será uma prova de que os EUA não estão do piores do que a Europa em termos de problemas.