Durante os debates presidenciais desta segunda-feira (26), Hillary Clinton declarou que não confia no presidente russo e que essa desconfiança é mútua. Segundo ex-diplomatas russos, Moscou considera como uma ameaça os programas de Clinton para a "proliferação da democracia".
"Clinton é a encarnação de um rumo de intervencionismo liberal bem definido", disse ao The Wall Street Journal o cientista político russo e editor-chefe da revista Rússia na Política Global Fyodor Lukyanov. "A Rússia vê nisso uma ameaça."
Além das diferenças de visões políticas, a hostilidade nas relações entre Clinton e Moscou foi provocada por uma série de incidentes pessoais.
"Clinton nunca gostou de trabalhar com Putin ou Lavrov. Penso que este sentimento é mútuo", disse Lukyanov.
Apesar de situação confusa, Clinton e Lavrov conseguiram pressionar o botão perante as câmeras. Entretanto, quatro anos depois, quando o seu termo de secretária de Estado estava terminando, ela escreveu uma carta privada ao presidente Barack Obama dizendo que as relações com a Rússia atingiram o nível mais baixo.
Na sua autobiografia, Clinton disse que depois da sua reação às eleições parlamentares de 2011 Putin ficou indignado. O Kremlin pensa que assim Clinton provocou protestos no país. Alguns analistas afirmam que uma das razões para essa animosidade pode ser o fato de o Kremlin não querer que os EUA sejam encabeçados por uma mulher. A política russa é dominada por homens e uma mulher presidenta pode ser considerada como uma ameaça.