A invasão norte-americana do Iraque em 2003 contribuiu significativamente para a criação do grupo terrorista Daesh, disse à Sputnik Internacional o cineasta Jacques Charmelot.
Charmelot, que tinha trabalhado como jornalista na região do Oriente Médio, nos Balcãs e na África é também conhecido por seu filme documental "Iraque, uma verdadeira impostura".
"A intervenção foi certamente um erro para os americanos, que sofreram perdas no Iraque, mas não foi um erro para aqueles que capitalizaram os três ou cinco trilhões de dólares que foram gastos", disse ele.
Assim, Charmelot aponta o dedo aos neoconservadores.
"Eles acreditam que o desaparecimento do principal rival (dos EUA) significa que os EUA se tornaram a maior e única potência mundial, e que isso deve ser usado para proteger eficazmente os interesses dos EUA em todo o mundo", disse ele.
"No que diz respeito à interferência dos EUA no Iraque, isto contribuiu consideravelmente para a emergência de militares extremistas, que hoje se chamam Daesh e ontem se chamavam al-Qaeda. Estes extremistas irão ser durante muito tempo os atores principais do jogo geopolítico no Oriente Médio", concluiu Jacques Charmelot.
Entretanto, o secretário da Defesa dos EUA Ashton Carter declarou que Washington está enviando mais 615 soldados para participarem nas operações contra o Daesh no norte do Iraque. No momento, os EUA têm aí cerca de 5 mil militares.
A cidade de Mossul é a segunda maior cidade do país. Desde o verão de 2014 que a cidade está sob controle dos militantes do Daesh e agora é o centro principal dos terroristas no Iraque. Desde março de 2016, o exército do Iraque e os destacamentos curdos e xiitas, apoiados pela aviação da coalizão internacional, estão realizando uma operação para a liberação da cidade.